Mais de 20 animais são envenenados no Planalto e caso gera revolta nos moradores

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Moradores do bairro Planalto estão revoltados com a matança de cães de rua. Os casos foram registrados no último fim de semana e a suspeita é de que os animais tenham sido envenenados.

Os primeiros registros foram logo pela manhã e segundo informações, chegaram a 20 cães envenenados que foram aparecendo mortos em diversos pontos espalhados do bairro, chamando a atenção e gerando indignação nos moradores.

A presença dos animais nas ruas era uma cena comum. A moradora Sabrina Kupper, afirma que os envenenamentos não são um fato isolado e que essa prática criminosa, já aconteceu em anos anteriores.

“Eles eram animais dóceis, que não faziam mal a ninguém. Eu não lembro se foi em 2013 ou 2014, que mataram 28 animais. Depois acho que no outro ano mais animais foram envenenados entre cães e gatos. Eu, na primeira vez perdi uma cadela de rua que eu cuidava e na segunda foram três gatos e os cachorros que apareceram mortos aqui próximo a minha casa depois da semana farroupilha”, conta.

Ainda de acordo com os moradores, os cães e o gato que tiveram os mesmos sintomas morreram da mesma forma. Por isso, a suspeita de envenenamento. As cadelas Júlia e Lua são as únicas sobreviventes nesta semana.

 

Eduarda dos Santos

Eduarda, que atualmente mora em Porto Alegre, era tutora de dois animais comunitários, “Preta” e “Alemão”, que viviam na praça localizada em frente a sua antiga residência no bairro Planalto. Ela conta que recebeu a triste notícia através de uma live nas redes sociais e tão logo teve conhecimento, procurou saber da situação dos animais. Preocupada com os pets, Fernanda conseguiu realizar a castração de um dos animais através de uma voluntária da causa animal. Um dos animais, Alemão, teve a vida ceifada após o envenenamento. Em suas redes sociais, Fernanda fez uma postagem falando sobre o caso, que gerou grande comoção e ganhou grande repercussão entre sua rede de amigos que contribuíram compartilhando para auxiliar na busca por justiça.

“Eu ia trazer eles para morar conosco em Porto Alegre, morávamos em apartamento e tão logo mudássemos para uma casa, iríamos traze-los para cá. Fiquei muito chateada com esse triste episódio, não consigo descrever em palavras o sentimento de ter perdido o Alemão. A Preta, a gente conseguiu trazer para a capital. Nós fomos busca-la e estamos dando todo o cuidado para ela. Por sorte, embora ela andasse sempre acompanhando o Alemão, não consumiu veneno. Eu espero que tenhamos uma resposta das autoridades, por que isso não aconteceu apenas uma vez no Planalto e acontece em outros bairros também. Eu fico indignada com um episódio e vou lutar para buscar justiça. Soube de uma moça que havia postado nas redes sociais o desaparecimento do seu cachorrinho e tivemos que dar a triste notícia de que ele, era um dos animais envenenados. A causa animal precisa que seja dada a devida atenção e que sejam punidos os responsáveis por essa pratica criminosa, de modo que isso não aconteça mais e as pessoas não percam seus animais de estimação”, discorreu.

 

 

Mobilização por justiça

De acordo com Juliana Lemos, protetora voluntária da Associação Santanense de Protetores aos Animais (ASPA), a organização se solidarizou com o caso e está apoiando os moradores que vem se mobilizando através de um grupo criado em uma rede social, para buscar justiça junto às autoridades.

“Nós estamos organizando juntamente com a ONG Focinhos de Sant’Ana um ato em defesa da causa animal e clamar por justiça, de modo que esse fato não caia no esquecimento. O que aconteceu foi muito grade e não foi a primeira vez. Isso coloca em risco inclusive, a vida de crianças por que foram avistados alimentos com veneno próximos às escolas do bairro, isso atingiu bem mais do que simplesmente animais. A maioria desses animais, eram castrados e chipados, todos, no caso de animais comunitários, tinham casinhas na praça. Eles eram dosados regularmente e não ofereciam risco algum para a vida de ninguém, tanto por segurança ou por zoonose.

Em nota publicada na página da entidade, a ASPA ressalta que cães comunitários são amparados pela Lei 15.254/2019, onde é garantido, que animais de rua podem ser amparados e cuidados por moradores locais e comunidade em geral. Também foi solicitado, que a comunidade auxilie com imagens de câmeras de segurança ou no caso de alguém ter alguma informação de quem possa estar fazendo isso, matando cães envenenados no bairro Planalto por gentileza comunique as autoridades

 

 

 

Caso já foi denunciado na polícia

Segundo informações apuradas, diversos moradores registraram de maneira online boletins de ocorrência, por conta da matança dos animais e denunciaram o caso. Os crimes cometidos contra animais podem levar a prisão. O direito dos animais é assegurado no artigo 32 da Lei Federal Lei nº 9.605/1998, que cita praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos e prevê pena e detenção, de três meses a um ano, e multa.

De acordo com a Delegada Giovanna Müller, a Polícia Civil possui um cartório que trata desses crimes, quando existe autoria definida e são investigados quando é desconhecida a autoria do crime condicionados à representação da vítima.

Denúncias envolvendo estes casos ou outros tipos de crime contra animas, podem ser feitas pelo telefone 190, da Brigada Militar, Delegacia de Polícia ou de forma online.

 

 

DENUNCIA ANÔNIMA

Ao ligar para as autoridades, é muito importante ter informações com embasamento à denúncia. Informar o local, horário e data que o crime foi presenciado, são de muita importância. É reservado o direito, de não querer se identificar. Outra ferramenta importante registrar as condições do animal através de fotos e vídeos, pois são documentos que servirão como provas. Quanto mais detalhes, melhor.

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