Estamos há praticamente 45 dias do fim do ano, e nesta época, a tendência é de que o comércio comece a trabalhar com datas tradicionais, como Natal e as famosas Black Friday, que atraem muitos clientes e aumentam as vendas. Além disso, a Copa do Mundo também parece ser uma alternativa para o setor comercial.
O presidente da ACIL, Carlos Roberto Fervenza destacou que a entidade registra uma expectativa positiva para o bimestre em curso, pois novembro e dezembro são meses em que, tradicionalmente, as margens de vendas aumentam.
“Talvez, como ano eleitoral, seja possível que o incremento não seja o esperado, pois muitos especialistas na área econômica apontam que está previsto um refreamento no consumo em função de inadimplência, impactos eleitorais, baixa no poder de compra e na renda das famílias, alta nos preços em função da inflação”, pontuou.
Entretanto, na Fronteira Livramento-Rivera, existem alguns diferenciais, como o ingresso de compradores uruguaios, residentes nas cidades gêmeas ou de localidades uruguaias próximas a alguns estabelecimentos brasileiros. Essa condição, associada ao peso do Uruguai bem cotado, gera perspectivas de aumento nas vendas em relação ao mesmo período de 2021.
Vendas
Alguns comerciantes, durante sondagem, apostam que o varejo deve vender entre 6% e 14% a mais, comparado ao mesmo período do ano passado. Outros segmentos projetam aumento de negócios em 5% a 10% para o bimestre. Os dados, que representam a leitura de alguns associados de várias áreas, consultados pela ACIL ao longo da semana, podem resultar em percentuais maiores, dependendo de fatores como retorno de alguns santanenses que residem em outros estados para as festas, retomada, ainda que lenta e gradativa, na circulação de capital no Município, injeção de dinheiro de fora, ou seja, de visitantes que fazem aquisições nos comércios locais e usam os serviços das empresas locais, mas, ainda mais significativamente, fazem compras em Rivera, seja nos free shops, seja no comércio tradicional e, a partir disso, uma fração desses investimentos retorna para o mercado brasileiro na forma de compras que os uruguaios fazem nos estabelecimentos comerciais santanenses, entre outros pontos.
Momento econômico
O Presidente da Associação Comercial e Industrial de Livramento (ACIL), Carlos Roberto Beis Fervenza, confia que o momento econômico é bom, pela continuação, pelo menos até 31 de dezembro, do modelo de política econômica. “De modo geral, a disponibilização de auxílios para determinadas categorias, a busca pela frenagem da inflação, consorciados com as promoções e ofertas do período, deverão oferecer resultado positivo para as empresas em novembro e dezembro, provavelmente, não tão contundentes quanto se gostaria ou se poderia esperar; entretanto, uma circunstância de negócios um pouco melhor do que as registradas em 2020 e, possivelmente, 2021”, frisou.
Promoções relâmpago
Conforme Fervenza, as promoções relâmpago, ao estilo Black Friday, e o tradicional período de festas, em especial o Natal, assim como também a Copa do Mundo, podem ser considerados, sim, os elementos referenciais, como potenciais impulsionadores de melhores margens de vendas, mas não podem ser esquecidas outras ações promocionais, como descontos nas compras à vista, aumento no número de parcelas, entre outras boas estratégias. No caso dos eletroeletrônicos, dos móveis e até mesmo dos materiais de construção, o elemento Copa do Mundo pode ser um diferencial.
“Existem alguns empresários que já registram boa procura de televisores, sofás, e outros artigos, assim como barracas que venderam mais em outubro e novembro em função do desejo de reformas de salas, quartos, churrasqueiras, bem como ampliações de espaços residenciais, tendo como foco as clássicas reuniões familiares ou de amigos para assistir aos jogos do Mundial do Catar”, contou.
Projeções
Quanto as projeções, de acordo com a ACIL, ainda é cedo para tratar especificamente, com critérios técnicos, a respeito delas. Ainda existem muitas dúvidas no mercado após o desfecho das eleições, pelas incógnitas quanto a 2023, razões que, após terem sido registradas, apontaram algumas alterações significativas na economia brasileira e no mercado internacional na última semana. Exemplo disso foi o aumento do dólar, que passou dos R$ 5, 41, trazendo apreensão quando o comparativo é com a moeda brasileira, que pode sofrer desvalorização. “Existem outras incógnitas, como a retração na China como compradora; a continuidade da Guerra da Rússia e Ucrânia, oscilações do dólar, a questão dos juros no mercado internacional. E, especificamente, o mercado financeiro tem preocupações com o futuro, por não ter havido detalhamento do que será feito na política econômica. Há preocupação se realmente será divido o Ministério da Economia e retomados os ministérios do Planejamento e Fazenda. Os investidores querem uma resposta sobre quem fará parte da equipe econômica em 2023”, discorreu.
Governo do Estado
No empresariado santanense, conforme Fervenza, também há expectativa em relação ao Governo do Estado. “Em duas oportunidades no passado recente, o hoje Governador eleito Eduardo Leite tentou aumentar impostos em projetos enviados para a Assembleia Legislativa. Isso só não aconteceu pelo poder de pressão das entidades empresariais, como FEDERASUL, FIERGS E AGV”, disse. Conforme o líder empresarial, caso exista nova tentativa, mais uma vez, as entidades representativas terão que se pronunciar contra. O que todos esperam, segundo ele, é liberdade econômica, a não intervenção estatal nas atividades produtivas, garantia do Estado Democrático de Direito, estímulo à produção e produtividade e que todas as empresas possam trabalhar para que a economia e a Nação recupere os prejuízos registrados nos últimos anos, e, com geração de emprego e renda, façam a máquina da economia girar de novo com intensidade, carreando progresso e desenvolvimento reais.
Deixe um comentário
Warning: array_merge(): Expected parameter 1 to be an array, int given in /home/correiodopampa/www/wp-content/plugins/paid-memberships-pro/includes/content.php on line 266