O trabalho e a história de quem atuou frente a frente com a Covid-19

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Técnico de enfermagem Cristiano Maciel recebeu voto de congratulação pela atuação durante a pandemia

 

Nesta semana, o técnico de enfermagem Cristiano da Silva Maciel recebeu do vereador Thomaz Guilherme, um Voto de Congratulação pelo trabalho realizado no ambulatório Covid, considerado este, um dos maiores desafios de sua profissão. A reportagem do Correio do Pampa conversou com Cristiano Maciel, para saber um pouco mais sobre os desafios enfrentados durante a pandemia, estando na linha de frente junto aos demais heróis da saúde.

 

Formação

Cristiano da Silva Maciel escolheu a enfermagem durante sua estada no Exército, onde ingressou no ano de 1998, servindo como recruta e após ocupando uma vaga de auxiliar do Fusex. Em 1999 foi convidado para fazer o curso de atendente de enfermagem, realizando os estágios de auxiliar de fisioterapia e dando início à carreira de técnico de enfermagem, complementando a formação com o curso de socorrista. Cristiano atuou no Samu, em Dom Pedrito, onde morou por 6 anos e 7 meses devido a aprovação em concurso público. Após, retornou para Livramento, já tendo atuado no CTI da Santa Casa, Prontomed, Unimed, entre outros.

 

Atuação na pandemia

“Eu trabalhava no SAE, e na pandemia surgiu a solicitação de equipe para atuar nas coletas domiciliares da Covid, quando integrei as mesmas, no final do mês de julho. Neste momento ainda não tínhamos o ambulatório Covid, então íamos nas residências para realização de PCR e testes rápidos”, explicou.

Cristiano Maciel contou que, mesmo com a instalação do ambulatório Covid, seguiu atuando junto as equipes da coleta domiciliar.

“Já vi muita coisa na minha profissão, mas nunca imaginei passarmos por algo parecido com a pandemia. Mesmo não atuando na ala Covid do hospital, estávamos em contato direto com o vírus. Foi uma batalha mesmo, e uma experiência enorme”, frisou.

 

Contágio

Mesmo estando vacinado, Cristiano contraiu Covid, transmitindo o vírus para a esposa e a mãe. O técnico de enfermagem ficou 20 dias de quarentena, com 40% do pulmão comprometido, ficando com algumas sequelas pela doença, como cansaço, esquecimento, entre outras, que com o passar do tempo vão diminuindo.

“Para evitar que contaminasse outras pessoas passávamos por um processo bem rigoroso, mesmo utilizando todos os EPI’s, porque tínhamos contato direto com vários positivados. Ao chegar em casa, tirava a roupa que vinha da rua, tomava banho e depois da higienização ia cumprimentar minha família”, contou.

 

Momentos marcantes

Cristiano Maciel contou que um dos momentos mais marcantes foi quando, em janeiro com uma média de 500 testes por dia, foi necessário transferir as testagens para o Clube Farroupilha, e após, para o Ginásio Guanabara.

“Isso me marcou muito, porque atendíamos milhares de pessoas, tivemos que aumentar as equipes, colegas que estavam trabalhando foram contaminados, entre outros fatos”, discorreu.

Outro momento que marcou a vida de Cristiano foi a perda de um familiar, não pelo vírus, e a impossibilidade de se despedir porque estava no período de quarentena. Além disso, perdeu amigos próximos de Dom Pedrito pela doença.

 

Vacinação

Cristiano Maciel foi a primeira pessoa vacinada contra Covid em Livramento, recebendo a dose junto com três colegas.

“Ser o primeiro a receber a vacina é algo único na vida, fiquei muito contente por estar me protegendo e ao mesmo tempo, protegendo minha família”, contou.

 

Reconhecimento

“Foi satisfatório receber o reconhecimento e, estendo o mesmo aos meus colegas que enfrentaram este período comigo. O reconhecimento é a base de tudo, porque nos fortifica e dá combustível para seguirmos em frente”, disse.

 

A enfermagem

A nível Nacional, Cristiano destaca que, tanto médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliar de enfermagem tiveram um papel fundamental na pandemia, principalmente os profissionais da enfermagem, que atuaram na linha de frente. A nível local, ele destaca o trabalho das equipes do ambulatório Covid e das coletas, os quais ficaram frente a frente com o vírus.

“Acho que deveríamos ser mais reconhecidos, não só na parte financeira, bem como pelo trabalho que desenvolvemos tanto na pandemia quanto no dia a dia”, finalizou.

 

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