No último fim de semana, através de coletiva de imprensa, a prefeita municipal Ana Tarouco, informou que o Executivo Municipal estaria assumindo o serviço se hemodiálise na cidade.
Por meio de notificação, foram requeridos administrativamente todos os bens e serviços da empresa em funcionamento no prédio da Santa Casa, em seu perfeito estado de funcionamento e devidamente ligados à rede de tratamento de água, ou seja, nas mesmas formas e em devido funcionamento e atendimento aos pacientes. Além disso, também foram requeridas as Inscrições (CNPJ) e Habilitações necessárias ao funcionamento do serviço, e funcionários, tendo como objetivo a continuidade do atendimento dos pacientes crônicos de hemodiálise para transição dos serviços ao hospital.
Tão logo ficaram sabendo do ocorrido, familiares dos pacientes e o diretor da clínica, médico João José de Freitas, foram até o local preocupados com a continuidade e efetividade do serviço. Impedido de ingressar no prédio, o diretor da clínica manifestou desconformidade com a situação; funcionários disseram ter sido pegos de surpresa com a decisão, e ficaram apreensivos principalmente com a qualidade dos atendimentos a partir de então, bem como com o cumprimento de seus contratos trabalhistas, sendo alguns colocados em home office pelos novos administradores da hemodiálise.
Após o início do serviço sobre nova gestão, a prefeita Ana Tarouco disse que todos os pacientes estão sendo atendidos e assistidos, com equipe técnica, rede de apoio e psicólogas presentes na clínica.
“Conversamos mais uma vez com a equipe técnica, a fim de acertarmos todos os detalhes do serviço. Recebemos nesta semana, cinco novos pacientes SUS pela nefrologia. Estamos trabalhando com o mesmo compromisso, apesar de ser um movimento traumático, o mesmo foi necessário para oportunizar que os pacientes SUS tenham um atendimento de qualidade”, destacou.
“A ideia de passar o serviço para a Santa Casa foi nossa, e torço para que tudo dê certo”
João José de Freitas, diretor da Cardionefroclínica, concedeu entrevista exclusiva ao jornal Correio do Pampa, dizendo que há tempos a clínica já vinha enfrentando problemas pela defasagem da tabela do SUS, convênio utilizado por 80% dos pacientes da Cardionefroclínica.
“Com a defasagem progressiva chegou um momento que não suportamos mais, indo até a prefeita para expor a situação. A ajuda por parte do Executivo nunca veio e mais do que isso, conseguimos uma inimiga, porque nunca mais conseguimos nos reunir com ela. Com a direção da Santa Casa não houve avanços”, destacou.
Freitas contou que a ideia sempre foi repassar os serviços para o hospital, pois como entidade filantrópica poderia conseguir mais recursos, teria menos gastos e viabilizaria o atendimento dos pacientes, continuando com a mesma equipe técnica. Mas esse não era o objetivo da atual administração que criou uma nova equipe para tratar os pacientes, quando na UTI.
“A responsabilidade da demora em realizar a transição dos serviços não foi nossa. Recebemos a mensagem de que, como empresa privada, deveríamos resolver o problema, e resolvemos, diminuímos a capacidade de 2000 diálises por mês, para 750 com a dura demissão de 10 colaboradores. Com a capacidade reduzida, não foi possível receber de imediato novos pacientes”, frisou.
O diretor Freitas salienta que os equipamentos e a estrutura montada pela Cardio para o Hospital são para tratamento dos pacientes, não esperando ser recompensado por nada do que foi construído dentro do hospital, sendo este um investimento para garantir a vida das pessoas que precisam do serviço
“Felizmente, hoje, após um ano e meio transcorrido, o Município comparece com recursos humanos para auxiliar no tratamento do paciente renal. E recursos de primeira qualidade! A Cardio agradece! Assumimos um compromisso olhando nos olhos dos pacientes: não iriamos abandoná-los. E estamos cumprindo. A ajuda que necessitávamos chegou. A Cardio permanece viva, cuidando para que sua missão seja cumprida”, finalizou.
“Impedir a entrada da liderança em um momento de grande tensão, durante a intervenção de sábado (03), não foi uma decisão sábia. Felizmente, apesar da ansiedade natural, as notícias que recebemos é de não há consequências maiores, até o momento”, João José de Freitas.
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