Associação Comercial e Industrial de Livramento completa 130 anos

Sem comemorações ou celebrações festivas, ACIL continua sua importante atuação em diversos eixos, sobretudo o representativo-institucional
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A Associação Comercial e Industrial de Livramento (ACIL) completa 130 anos nesta segunda-feira, 8 de
Março. A data, que é consagrada ao Dia Internacional da Mulher, não terá comemorações ou celebrações
festivas, dada a compreensão de que o momento não é propício para essas práticas.
Em vez de festa, a proposta da ACIL para marcar a passagem da data, é dar continuidade ao trabalho
em vários e diferentes eixos, sobretudo o representativo institucional, iniciado em Abril de 2019 e em curso.
Nessa seara, como legítima representante institucional do comércio, indústria e serviços, a entidade – em
conjunto com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) – foi determinante, em muitas ocasiões ao longo das
sucessivas alternâncias de comando na Prefeitura Municipal até dezembro de 2020, com vistas a manter a
atividade econômica do comércio e serviços de Livramento, buscando influenciar positivamente, transmitir
informações críveis e corretas tanto a associados e empresariado em geral quanto aos integrantes dos
setores públicos, inclusive no que tange a legislações e conceitos acerca da Pandemia.

A história

 

No ano de 1858, segundo escreveu o historiador santanense Ivo Caggiani, o presidente da recém
instalada Câmara de Vereadores Francisco Maciel de Oliveira, mandou um relatório com reclamação sobre a
situação do comércio local. “Nos paroxismos da morte está, nesta Vila, o Comércio Nacional, partilhado pelo
estrangeiro”, registrando a falta de proteção aos comerciantes. A instituição de Zona Fiscal, por parte do
Império fez sucumbir mais ainda a situação de quem atuava no comércio à época.
Em 1891, proeminentes lideranças do setor se reuniram e decidiram formar um Centro Comercial. Isso
ocorreu em 8 de Março, no interior da Intendência Municipal (futura Prefeitura), sendo constituída a diretoria
provisória com Vivaldino Maciel (presidente); Agustin Pastor (Vice), Manoel Francisco Perez (1º Secretário);
Casimiro Maria de Magalhães (2º Secretário); Pedro Cruxen (Tesoureiro), sendo vogais Eloy San Juan,
Adriano Pillar, Lorenço Ferrando e Guilherme Dias.
Em 5 de abril, em reunião extraordinária, foi tratada a instalação definitiva do Centro Comercial, com
eleição e quinze cidadãos, em conformidade com o Estatuto Social, encarregados da escolha da primeira
Diretoria. Os quinze eram Adriano Pillar, Eloy San Juan, Fracisco José Calero, Lourenço Ferrando, Manoel
Quiroga, Vicente Pinto, Alfredo Leal, Vivaldino Maciel, Pedro Cruxen, Manoel Francisco Perez, Guilherme
Dias, Agustin Pastor, Pedro Ramos, José Garagorry e Antônio Bernaro Áreas.
Estes elegeram a primeira diretoria, composta por Vivaldino Macil, presidente; Guilherme Dias, Vice;
Manoel Francisco Perez, 1º Secretário; Alfredo Leal, 2º Secretário; Pedro Cruxen, Tesoureiro e Pedro Ramos,
Procurador.
Embrião da ACIL, o Centro Comercial ou, como era designado por muitos, Praça do Comércio, surgiu
com foco em acabar com a zona fiscal, buscar a criação de alfândega e cuidar dos interesses comerciais
locais. Porém, na prática, fundado em 8 de janeiro de 1896, o Clube Comercial, nas dependências do Hotel
do Comércio, reunindo um grupo de comerciantes como Benigno Lardiez, Guilherme Dias, Alfredo Bittencourt,
Agustin Pastor, Antônio Virgínio Martins, Henrique Doninelli e João Sanz. Em 15 de janeiro foram aprovados
estatutos e eleita a diretoria do Clube, com Guilherme Dias como presidente, Vivaldino Maciel, Vice; Benigno
Lardiez como 1º e Alfredo Bittencourt como 2º secretários; Doninelli, Pastor e Antônio Rodrigues de Oliveira
formaram a Comissão de Contas; ao passo que os diretores de mês eram Miguel Cáceres, Joaquim Antônio a
Cunha, Carlos Zimmermann, João Pedro D’Ávila, Sinforiano Torres, Dionísio Garcia, José Garagorry,
Anaurelino de Souza, José Peña, Federico Aragones, Agustin Jardim e Francisco Iriondo. O Clube foi
inaugurado em 19 de setembro do mesmo ano. Albino Costa, jornalista radicado no Rio de Janeiro era um
ferrenho defensor de Livramento e Pedro Cruxen, em relatório de final de sua gestão em 1898 deixa claro que
todas as ações em prol do comércio haviam sido efetivadas pelo Clube e não pelo Centro, embora os
diretores as duas entidades fossem os mesmos protagonistas do comércio na época.
Após instalação da alfândega, entre outras conquistas, em 1900 e anos seguintes, a Associação
Comercial do Rio de Janeiro, e 1911, movimentou-se para formar uma Federação. Havia ainda, no Brasil,
alguns centros comerciais, praças de comércio, entre outros, porém, o associativismo chegava co força. Em
1921 e depois em 1927 ocorreram novas tentativas de estabelecer federações, inclusive por parte da
Associação Comercial de Bagé. Surgia a denominação de Associação Comercial de Livramento.

O Palácio do Comércio

 

Já como Associação, a entidade funcionava em uma sala do Clube Comercial e aspirava sua sede
própria há décadas. À época o patrimônio se resumia a alguns móveis e uma velha máquina de escrever. No
ano de 1943 tomou posse como presidente um jovem de 27 anos chamado Dilney Vares Albornoz,
surpreendendo o comércio e a comunidade ao afirmar que sua meta era construir um edifício sede. O
primeiro passo foi pedir a prefeito nomeado Crisanto de Paula Dias a doação de um terreno do Municipio.
Este assentiu à idéia, mas quando tratava do assunto, foi substituído pelo Dr. Rivarol Padilha, que a partir de
setembro de 1944, honrando a palavra de seu antecessor, determinou que a Associação oficiasse a Prefeitura
pedindo a área e se comprometendo em edificar um prédio no valor mínimo de Cr$ 2.000.000,00 (dois
milhões de cruzeiros) iniciando a obra em um prazo de 18 meses a partir da escritura.
Em novembro de 1945, Padilha foi substituído como prefeito pelo Dr. Flávio Menna Barreto Mattos
que, em março de 1946 levou à capital um projeto de decreto pelo qual a Municipalidade doava à Associação
Comercial um terreno localizado na esquina entre as avenidas Rio Branco (hoje Andradas) e Tamandaré, para
apreciação da Diretoria das Prefeituras Municipais. Depois de superar várias complicações e complexidades
a causa ganhou realidade. Em 26 de novembro de 1947, o prefeito Menna Barreto Mattos entregou, em
sessão oficial da entidade, a escritura da doação ao presidente Vares Albornoz, que vinha sendo reeleito
desde 1943.
Iniciava-se aí a luta atrás de recursos. O arquiteto Erwin Brandt elabororou o projeto. Em abril de 1951,
na presidência de João Carlos Brenner foi contratada a empresa Azevedo Moura &Gertum S.A. para construir
o Edifício Palácio do Comércio. A Diretoria decidiu que todos os assuntos da obra ficariam a cargo do VicePresidente Dilney Vares Albornoz (foto). O edifício foi inaugurado em 30 de janeiro de 1954.

 

Atualidade

Hoje, o patrimônio da ACIL – físico e imaterial – está sob a guarda da Diretoria presidida pelo
empresário Carlos Roberto Fervenza; sendo vices Fernando Posada, Pablo Escosteguy e Raed Shweiki;
como 1ª tesoureira Graciela Posada e 2º tesoureiro Vito Specht; 1º e 2º secretários, respectivamente Paulo
Brunet e Raiman Baja. O Conselho para Assuntos Econômicos e Fiscais, sob a presidência de Antônio Righi,
é formado por Gustavo Staevie, Vânius D’Ávila como titulares e, na suplência, Jorge Righi, Renato Machado
e João Gabriel Hillal; contando com comissões setoriais que envolvem Cultura, Educação, Formação e
Capacitação, Lojas Francas, Marketing, Relacionamento com Associados, Comunidade, Agroindústrias e
Indústrias; Articulação e Política Institucional, Representatividade, Turismo, Comunicações, entre outros.
Integram esses setoriais Celso Liska, Lauro Chiarelli, Luis Edgar Araújo Lima, Jorge Grecellé, Zulmir Rasch,
Paulinho Labarthe, entre outros empresários associados. A Diretoria Executiva está a cargo do jornalista,
radialista e administrador Henrique Bacchio.
Obviamente, em função da Pandemia do Coronavírus a ACIL foi forçada a limitar suas atividades e
praticamente extinguir ações que reunissem pessoas em um mesmo ambiente. Entretanto, a força
representativa e institucional da entidade se mantém, com a incessante busca por cumprir com os objetivos
possíveis de serem alcançados no período. De abril a dezembro de 2019 foram estabelecidos os focos de
trabalho, os eixos e os planos de ação executáveis, sendo realizadas ações externas como o chamamento ao
Executivo e ao Legislativo para o projeto Diálogos por Sant’ Ana, em parceria com a CDL; cuja finalidade foi
somar esforços para concretizar o desenvolvimento econômico e social do município. O lançamento do
informativo Vitrina – que circulou até o início da pandemia – sem custos para a entidade, distribuido em pdf
permitiu informar a todos sobre a reestruturação da gestão da ACIL, os ajustes de processos e funcionais
realizados; assim como as iniciativas em concretizar um projeto guarda-chuva denominado Cidade Iluminada
– capitaneado por Paulinho Labarthe, em que mais de 100 lâmpadas de led foram adquiridas e doadas ao
Município para colocação nas principais vias e, depois dele, até março de 2020, a seqüência, o Centro
Iluminado, com mais 26 lâmpadas de 150 W doadas para colocação na Andradas e Tamandaré. Formatação
de parcerias com Sebrae, Senac, Sesi em ações pontuais, assim como, de forma perene em assuntos da
comunidade com a Asociación Comercial e Industrial de Rivera (ACIR), Subseção da Ordem dos Advogados
do Brasil, na gestão do presidente Glenio Lopes; com a Associação e Sindicato Rural de Livramento; Câmara
de Comércio Binacional, Brigada Militar, tanto via Proerd quanto junto ao 2º RP Mon. Além disso,
protagonismo da ACIL, em parceria com a CDL, no Festival Binacional de Enogastronomia, inclusive no
modelo virtual provocado pela Pandemia.
Aliás, desde o início da Pandemia, quando ACIL e CDL montaram as campanhas de conscientização
sobre Consumo Consciente, valorização dos comércios e, em especial dos pequenos comerciantes, com
Douglas Moto Som circulando pela Cidade por várias semanas, com mensagens nesse sentido e com foco na
adoção, por parte dos consumidores, de todos os protocolos preventivos; buscando evitar a propagação do
virus; criação da Central de Atendimento ao Empresário – com um número de whats app que, durante 6
meses ofereceu respostas para as dúvidas, inquietações e solicitações do empresariado -; pleitos diversos ao
Executivo local e, por intermédio da Federasul, a Assembléia Legislativa e ao Governo do RS, visando
manter, mesmo que mínimas, as condições de funcionamento do comércio e serviços; mesmo que, em
muitas oportunidades ACIL e CDL, não fossem atendidas nos pleitos que apresentavam. Foco em representar
o associado, ouvindo-o, de forma institucional, não havendo qualquer postura partidária e/ou de ideologia
(segundo as definições do Estatuto – adequado e remodelado em 2019/2020 conforme o Código Civil)
Parcerias com laboratórios, bancos como Bradesco, Unicred, Sicredi, Banrisul, Banco do Brasil, ao longo de
2020 foram concretizadas.
No Turismo, várias atividades referentes a esse que é um dos eixos centrais da ACIL, buscando
conscientização e implantação de planejamento para organizar todos os elementos desse segmento; busca
pela equalização das questões setoriais, como dos restaurantes, lancherias e outros. Além disso, a ACIL, com
CDL, integrou o projeto da Rural de Livramento, denominado Resenha Eleições 2020, que levou as
manifestações de todos os candidatos, indistintamente, para as redes sociais das entidades, a fim de que os
associados avaliassem as proposições feitas.
Nos projetos que a ACIL pretende efetivar a médio e longo prazo, estão a continuidade das melhorias
no Edifício Palácio do Comércio; a oferta de condições de capacitação e outras vantagens e benefícios a
todos os associados, seus colaboradores; Ação de valorização dos talentos santanenses espalhados pelo
mundo, transformar Livramento em um pólo de desenvolvimento regional, conjuntamente com Rivera.

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