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Os amantes do universo Cosplay se reuniram no último final de semana no evento AniComics, que movimentou o universo geek, num espaço voltado para exibir e desfilar com belíssimas fantasias.

Os cosplayers (pessoas que fazem Cosplay) como são conhecidos, são fãs dos personagens que representam e das respectivas séries, filmes, games ou desenhos a que este personagem pertence. Pessoas de diversas idades compareceram no evento para prestigiar e exibir seus cosplays, além de terem a oportunidade de participar de diversos concursos ligados à prática, e também se reunir para jogos de games, cards e RPG.

A reportagem do Correio do Pampa conversou com alguns participantes que contribuíram para abrilhantar o evento e contar um pouco sobre a paixão pela cultura pop japonesa que vem ganhando espaço a cada dia entre várias idades.

Alicia Cardoso

“Sempre admirei quem faz Cosplay, no início da pandemia comecei a assistir animes que criei um apego maior, me apaixonei pela história de alguns personagens. Foi aí que surgiu a vontade de fazer cosplays deles.

Em relação a customização, gosto de ter detalhes fiéis ao anime, pego várias referências de vários ângulos, assisto cenas que o personagem aparece e vou procurando detalhes que não tinha visto antes.

Eu gosto de fazer minhas próprias roupas, e acessórios, a “Shinobu”, que fiz no último domingo, costurei toda a roupa dela, usei peças que já tinha e customizei para deixar o mais parecido possível com as do personagem.

Antes do primeiro evento acontecer, não tinha coragem de fazer Cosplay, pois não tinha onde ir, com o anúncio do primeiro evento, resolvi fazer meu primeiro Cosplay, porém não tinha muito tempo, então não consegui terminar toda a roupa, aprendi a fazer bordado, e a costurar para fazer as roupas”.

 

 

Flavia Baltezan

“Tudo começou quando eu era criança, sempre tive tendência para o lado artístico e esse mundo sempre foi uma grande paixão. Eu amava e ainda amo a ideia de atuar, embora nunca tenha ido muito longe com isso além de pequenas peças pra escola. Poder me expressar através da arte, interpretar um personagem sempre foi algo muito legal pra mim e que fazia parte até das minhas brincadeiras. Na época não tinha noção nenhuma do que era Cosplay e nem tinha como me fantasiar dos personagens que eu gostava, então era tudo no improviso, pegando as roupas do guarda-roupa da minha mãe e o resto era só a criatividade. Acho que aí foi o começo, mas o gosto pela arte do Cosplay tomou conta na adolescência, quando eu realmente descobri o que era. Lembro que ficava assistindo vídeos e seguindo pessoas que faziam cosplay por hobby ou trabalhavam profissionalmente. A primeira vez que eu fiz um Cosplay foi quando eu tinha quinze anos. Na oportunidade, foi a Ravena, de Jovens Titãs, depois disso eu comecei a querer fazer cada vez mais cosplays. Alguns foram feitos de improviso, mas só comecei a me dedicar mais esse ano. O principal motivo de eu gostar tanto dessa arte, além de poder ser temporariamente aquele personagem que eu amo, é o processo criativo, toda aquela ansiedade esperando o cosplay chegar, nos casos que encomendo e também o processo de confecção do restante das peças são minhas partes favoritas, eu amo criar coisas novas”.

 

 

 

RPG

A sigla RPG significa “Role-Playing Game” que, originalmente, é um jogo de tabuleiro de interpretação de personagens. Um dos nomes mais conhecidos do gênero é Dungeons & Dragons. Essa prática também fez parte do evento AniComics, reunindo diversos entusiastas da modalidade, que consiste em um jogo cooperativo, sem vencedores ou perdedores, e sim, com um grupo de aventureiros (jogadores) que enfrentam os desafios da aventura (elaborada pelo mestre).

 

Bruno Gomes

“Basicamente RPG é uma sigla que deriva de Role Playing Game, traduzido como Jogo de Interpretação. Consiste em um Narrador ou Mestre, como era chamado antigamente, criar um universo ou adaptar um existente para contar uma história, aonde os jogadores participam ativamente, trabalhando em equipe para alcançar a vitória, interpretando seus personagens e superando os desafios propostos pelo narrador”, contou.

De acordo com Bruno Gomes, um dos entusiastas da modalidade, o jogo vai muito além do que se possa imaginar. Cada jogador cria o seu personagem usando a imaginação, com a ajuda do narrador é feita uma ficha, que conta a história deste personagem, sua aparência, seus atributos físicos, habilidades, perícias, vantagens e desvantagens.

“Boa parte do pessoal dos anos 90 já ouviu falar na série animada que no Brasil foi lançada com o nome “Caverna do Dragão”, uma adaptação de Dungeons & Dragons para televisão. Atualmente existem inúmeros sistemas de RPG, cada qual com seu próprio estilo de jogo, existindo sistemas simples e até complexos, aonde o narrador pode contar sua história em vários tipos de cenário possível, como por exemplo Cenários Apocalípticos, Vampiros e Lobisomens, aventuras medievais fantasiosas, Espaço Sideral com Ficção Cientifica ou o que a nossa criatividade conseguir imaginar”, contou.

Em Livramento, a comunidade dos jogadores é antiga e cresce muito com o passar do tempo. Há jogadores que começaram por meados dos anos 90 e até jovens que conheceram o RPG no Evento AniComics. “Comecei em 2005 a convite de um amigo, e até então, conhecia pouco sobre RPG. Joguei e foi um caminho sem volta, não tinha muitos amigos que jogavam. Então, comecei a estudar para narrar uma campanha, convidei uns amigos de infância, expliquei o básico e jogamos durante um final de semana. Houve uma época que jogávamos a semana inteira, cada dia um de nós narrava uma história de autoria própria, então jogávamos de segunda a sábado. Atualmente, como todos trabalhamos e temos família, os encontros acabam sendo mais escassos. Devido a pandemia começamos a jogar via internet, o que facilitou muito, já que alguns dos meus amigos não moram mais na cidade. Estamos voltando com as mesas presenciais aos poucos”, finalizou.

 

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