Percepções

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UMA GERAÇÃO ESTÁ MORRENDO

 

Compartilho esta crônica, que reflete muito bem os valores de uma geração que esqueceu de cuidar de si mesma. Confira.

“Está morrendo a geração de ferro, para dar passagem à geração de cristal.

Quem é a geração de ferro?

Aqueles quem chamávamos de “Senhor” e “Senhora”, porque “você” é para “seus amigos”.

Está morrendo a geração que não estudou porque precisava trabalhar para ajudar os pais, depois para realizar o sonho da casa própria, sustentar a família… mas chorou de emoção e orgulho na formatura dos filhos.

Está morrendo a geração que antes das 22:00h, colocava todo mundo na cama, ajeitava o cobertor e rezava junto, porque “ninguém deve dormir sem rezar, não somos bichos”.

Está morrendo a geração que nunca viu uma carreira de cocaína, nem precisou de comprimidos, ou energéticos para rir e dançar a noite inteira, mas não ousavam tomar leite com manga.

E ninguém saía, ou entrava em casa sem “a benção”, e isso fazia toda diferença.

Está morrendo a geração que nunca sonhou com a Disneylândia, porque divertido mesmo era ficar na calçada com os vizinhos, contando causos enquanto ficavam “de olho nas crianças”.

Está morrendo a geração que guardava o troco de moedas no cofrinho, mas não economizava nas festas de aniversário – um bolo, sanduiche, brigadeiro e suco. Sem DJ, só o som das crianças brincando e a risada dos parentes e amigos.

Está morrendo a geração de ferro que anotava as dívidas na caderneta e ansiava pelo dia do pagamento para quitar todas as dívidas, porque “esse dinheiro não é meu”.

Está morrendo a geração que pagou para ver; bancou os seus sonhos e sonhou os sonhos dos filhos; sorvete era para dias especiais e comer arroz e feijão era a regra para crescer forte, porque “saco vazio não para em pé”.

Está morrendo a geração de ferro que fez do trabalho o objetivo de vida, não soube o que eram férias e passear na praça com os amigos era uma aventura deliciosa, que rendia incontáveis fofocas e segredos.

Está morrendo a geração que sempre deixou o último bolinho para os filhos, mas amargou a saudade e o medo, quando esses filhos não tiveram mais tempo para eles. Está morrendo a geração que pagou todas as contas, mas não imaginou que envelhecer seria tão caro e que em alguns casos, alguns dos filhos não estariam dispostos a dividir essa conta.

Está morrendo a geração de ferro que soube arrancar comida e esperança de pedra, para cuidar da família, mas esqueceu de cuidar de si mesmo”. (D.A)

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