Olhando de Longe – 06/03/2021

Atualidade: o cotidiano meio abstrato

Olá, muito prazer. Eu sou Marcelo Rodríguez, jornalista (com diploma), pesquisador e professor. Tenho 26 anos e a partir de agora vou ser uma espécie de reflexo da percepção popular sobre a atualidade santanense.

Olhando de longe tem dois motivos: aquele olhar de fora das situações, tão necessário para compreender certos fenômenos, algo que o filósofo russo Mikhail Bakhtin chama de exotopia; e aquele olhar, literalmente, de fora, direto da cidade de São Paulo daqui a um mês.

Essa coluna vai ser, basicamente, influenciada pelo que vou ver nas redes, pelo que vou ler e ouvir na mídia santanense, ou o que vou assistir da Câmara de Vereadores e ficar sabendo pela assessoria de imprensa da Prefeitura de Sant’Ana do Livramento. Provavelmente, aqui você não vai ler bastidores, mas, sim, muita análise, principalmente embasada. Costumo dizer que não saio de casa sem uma referência bibliográfica embaixo do braço. Agora, sem sair de casa, piorou.

Em definitiva, o que é atualidade? Nada mais do que os assuntos pautados pelos diferentes meios de comunicação, redes sociais incluídas. O que a dona Rosa, lá do Wilson, vai conversar com a dona Maria, lá do Prado, pelo whatsapp, vai ser, dúvida alguma, algo que ela viu no Facebook, ouviu no rádio ou recebeu no grupo da família.

Atualidade é esse cotidiano meio abstrato que, no melhor dos casos, muda todo dia ou, no pior deles, a cada uma hora. É isso que a gente acaba considerando importante e que impacta na nossa vida ou também aquilo que nos fazem acreditar que é importante. É aquilo que se torna ou não notícia. Enfim.

Eu mesmo, aliás, em um editorial do Correio do Pampa de janeiro, questionei a excelentíssima senhora prefeita Ana Tarouco por dizer que “nem tudo precisa virar notícia”, ao falar sobre a crise sanitária e hospitalar que se vive em Sant’Ana do Livramento há meses, mas que piorou em janeiro e fevereiro de 2021.

É sobre essa atualidade, do que querem ou não que seja notícia, que você vai ler nessa coluna a partir de agora. Quer dizer, agora não, porque esse texto é de apresentação e, inclusive, já está acabando, mas na próxima edição, sim.

Até lá!