História – 10/04/2021
O Negro no Rio Grande do Sul
O negro é um dos elementos formadores da cultura brasileira. No Rio Grande do Sul, essa presença embora menor do que em outros Estados, é bastante expressiva. Em 1737, quando da fundação oficial da guarnição militar Jesus Maria José, o Brigadeiro Silva Paes, comandante da expedição, trouxe entre seus homens inúmeros negros. O famoso tropeiro Cristóvão Pereira de Abreu, que deu apoio por terra ao Brigadeiro, trouxe um grupo de negros que se juntaram aos que vieram por mar. A partir da fundação da Vila de Rio Grande, os negros ao lado dos índios e brancos, ajudaram a manter a segurança no litoral e nas regiões vizinhas coibindo as ações dos bandoleiros, índios hostis e salteadores. Com a chegada de novos povoadores, eles trouxeram negros consigo. Nessa leva, uns eram escravos e outros alforriados. Com os primeiros povoadores a partir de 1680, com a fundação da Colônia do Sacramento, o escravo entrou em nosso território. Será com a colônia que o negro toma importância a nossa história. No começo do século XVIII, o escravo está inserido em todos os pontos da sociedade colonial, nas funções de cozinheiro, carregador, artífice, pajem, carpinteiro, ferreiro, etc. Estes negros e seus descendentes desempenharam importante papel nos momentos históricos da formação e defesa deste Estado. Participaram nas lutas contra a invasão espanhola, como o caso dos lanceiros negros do coronel Rafael Pinto Bandeira, Revolução Farroupilha, Guerra do Paraguai, Revolução de 1893, 1923,24/25/30/32. Estiveram entre os primeiros tropeiros, peões de estância, corambreros, changadores e charqueadores. Encontramos o negro nas narrativas como o caso do Negrinho do Pastoreio de Simões Lopes Neto, publicada em “Contos e Lendas do Sul”. As “Estórias e Lendas do RGS” de Barbosa Lessa que narra sobre o Pai Quati, negro escravo fugido e a lenda das Torres Malditas. Nos cultos religiosos encontramos forte e evidente a herança negra. A Umbanda, Quimbanda, Batuque e outras conservam sua essência de suas origens negras. Na culinária, podemos destacar o “quibebe” e o “mocotó” como pratos de origem negra. Quanto a outras influências, herdamos do negro o gosto pelos enfeites, brincos, colares de guia, bem como o uso e turbantes. No linguajar cotidiano empregamos sem perceber inúmeras palavras de origem negra, tais como: cacimba, capenga, gambá, tunda, mogango, e muitas outras. No campo da música, os instrumentos de percussão são a principal contribuição negra.
Deixe um comentário
Warning: array_merge(): Expected parameter 1 to be an array, int given in /home/correiodopampa/www/wp-content/plugins/paid-memberships-pro/includes/content.php on line 266