História

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AS ETNIAS NO BRASIL

A avalanche de imigrantes em vários países da Europa tem sido um problema grave e problemático, não somente na parte econômica como também na área social. Nos séculos XIX e início do XX, a situação era bem diferente, pois, era preciso povoar regiões e a utilização da mão de obra barata. Como foi a situação dos imigrantes na história do Brasil?

Embora alemães, italianos e espanhóis tenham chegado antes e em maior número, vários outros povos e etnias contribuíram para forjar o desbravamento brasileiro. Quem eram eles? Russos, mascates turcos, árabes, comerciantes judeus, lavradores poloneses, chineses plantadores de chá, americanos rebeldes fugidos da Guerra de Secessão, agricultores japoneses e ambulantes sírio-libaneses. Esses povos não apenas modificaram os costumes, a língua, os hábitos alimentares e as feições do país, como desempenharam um papel fundamental na industrialização e na urbanização do Brasil. Mesmo que, desde o princípio tenham sofrido todo tipo de preconceito, exploração, agressões e mesmo perseguições com mortes tenham marcado a saga dos imigrantes no Brasil, a imigração, na verdade, foi uma aventura de contornos épicos, repleta de vigor, suor, paixão, dignidade, sangue e lágrimas. Uma história grandiosa e comovente que inspirou escritores, cineastas, pintores e poetas.

As situações mais graves atingiram os orientais. Em 1908, os japoneses desembarcaram no Brasil a bordo do navio Kasato Maru, no porto de Santos. Tive a oportunidade de pesquisar, nos microfilmes, os livros de entrada dos imigrantes japoneses. Eram considerados “mais fracos do que fortes” e “capazes de produzir apenas 2/3 do trabalho feito por um imigrante branco, sendo seus salários pagos nessa proporção. São os efeitos da velha exploração portuguesa do antigo império. Entre 1908 e 1914, chegaram 15 mil japoneses, levados para as fazendas de café do leste de São Paulo. A triste saga japonesa foi retratada no filme “Gaijin”, de Tizuka Yamazaki, o qual recomendo assistir. A grande contribuição dos japoneses foi na agricultura. Em São Paulo (capital) criaram seu próprio bairro, Liberdade. Na década de 50, já eram 250 mil os japoneses vivendo no Brasil. O pintor Lazar Segall, imigrante russo, autor do quadro “Navio de Emigrantes”, retrata a miséria e a tristeza desse povo no convés do navio. Outro quadro é da pintora Anita Malfatti, de 1917, intitulado “O Japonês”.  Eles legaram para nós um grande exemplo de superação e trabalho. Esse povo merece o nosso respeito e admiração.

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