Abolição tardia
A escravidão foi uma mancha na história do Brasil. Herdada do período colonial, a escravidão foi uma das bases sobre as quais se assentava o Império. A partir de 1870, porém, ela começou a ser contestada por um dos mais empolgantes movimentos: a “campanha abolicionista”. Os setores da sociedade, até militares e sacerdotes, passaram a se manifestar contra o trabalho escravo. O Brasil, na América, era a única Nação a explorar a escravidão. As pressões internacionais para a supressão do trabalho escravo, sobretudo a Inglaterra, se intensificaram.
Os ingleses alegavam que o trabalho escravo era uma vergonha para a humanidade.
Já em 1850, com o crescimento do movimento abolicionista, o governo, Câmara e Senado procuraram implementar uma política que respondesse ao clamor popular contra a escravidão. O primeiro passo foi a extinção do tráfico negreiro por meio da Lei Euzébio de Queiroz. Os proprietários de escravos não concordaram com as medidas, argumentando que elas fariam com que as lavouras entrassem em crise por falta de mão-de-obra.
Os senhores de escravos reagiram na imprensa e no Parlamento surtindo o efeito desejado. Eles conseguiram frear a ideia da abolição imediata, aprovando leis parciais, como a do Ventre Livre, em 1871, e a dos Sexagenários, em 1885.
O movimento abolicionista cresceu de tal forma que, em 1884, a Província do Ceará e do Amazonas tinham tomado a iniciativa de abolir a escravidão. Isso significava que o Império estava perdendo o controle de suas próprias instituições. O exército se recusava a caçar os escravos fugitivos, até a Igreja Católica aderiu à causa abolicionista, tendo sido sempre defensora da escravidão africana.
Foi em meio a esse clima de desintegração do sistema escravista brasileiro que, em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, declarando extinta a escravidão no Brasil. Para os escravos libertos, a abolição sem dúvida representou uma conquista. Mas, logo descobriram que a liberdade garantida pela lei era precária e problemática. De acordo com a Constituição, eles tinham todos os direitos de cidadania, porém, na prática não tinham como exercê-los, pois lhes era negado até o acesso à instrução primária e profissionalizante.
Na verdade, a nova situação acabou se mostrando extremamente perversa com os escravos libertos, sem indenização e terras para cultivar, eles foram jogados nas estradas, ou nas periferias das cidades, ou permaneceram junto a seus antigos senhores, trabalhando por um salário miserável… Será que essa lei foi justa? No meu entender NÃO!
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