Diálogo – 28/11/2020

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Nosso futuro político

Estou desanimado politicamente com meu país, é inacreditável que estejamos calados para políticos simplórios como Bolsonaro, Lula, Ciro Gomes e não menos candidatos a prefeito como Manuela e Boulos e a toda uma esquerda a que pertenço, que me dói pelo vazio de princípios e desunião. Os políticos da direita estão na deles, sempre foram o que são: defendem a meritocracia cega dentro de uma sociedade privilegiada, onde os pobres são massacrados nas periferias das cidades sem qualquer chance. Ali o Estado não se faz presente com Escolas de qualidade e Saúde. Na justiça então, é um escândalo, temos juízes com altos salários e aposentadoria compulsória no mau serviço. Libertam bandidos, judicializaram a política suprimindo a vontade do povo. E os congressistas, lá, enclausurados, longe das demandas do povo, preocupados apenas com seus projetos imortais nas tetas da nação. Cunham fóruns privilegiados para escaparem da justiça e da cadeia manipulando o povo ingênuo, recorrendo a todas as instancias das leis malfeitas. Se valem do estado de direito democrático da presunção da inocência em algo que nunca serão inocentados, empurrando para a prescrição. É um absurdo que políticos com tornozeleiras desse nível deem as cartas e outros se juntem numa frente parlamentar para conspirar no que há de pior na política e no engano. Os partidos estão claramente desidratados, com candidatos impondo excrecências sem um projeto de Estado perpétuo, só loteamento de cargos exaurindo os poucos recursos da nação. Nos embotam programas de governo a nos levam a venezualização como animais políticos, prevaricadores com caras de pau numa miríade de tumores pustulentos da democracia de ódio. Nos falta um sentido de união nacional para debelar um paradoxo surreal de valores do povo, pois políticos quanto mais Robin Hudi for, melhor. A aventura não terminou.

A IRRACIONALIDADE LATINA

Claude Lévi-Strauss foi quem aposentou definitivamente a ideia de que os povos com domínio da escrita seriam menos racionais do que os europeus. Os índios ocupavam um lugar próximo, nessa visão de mundo que ele ajudou a desfazer, ao das crianças, ou dos loucos. O pesquisador francês argumentou que havia método e ordem nas aparentemente caóticas associações que esses povos faziam – entre tipos de animais, acidentes geográficos, corpos celestes e instituições sociais. Eram o resultado não da falta de razão, mas, em certo sentido, de seu excesso. O que nenhuma sociedade humana tolera, dizia Lévi-Strauss, é a falta de sentido. O “pensamento selvagem”, assim, é totalizante, e procura, por meio de analogias, uma compreensão completa de todo o universo, estabelecendo relações entre os diferentes tipos de fenômenos. Um determinado rio se distingue de outro de maneira análoga ao modo como uma espécie animal é diferente de outra, ou um grupo social, de seus vizinhos. Nada pode escapar à sua malha de significados e nós não podemos a margem disso.

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