Diálogo – 10/04/2021

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Sopros de outono

Enquanto somos como folhas em árvores, ficamos divinos sob a luz que resplandece o espirito da natureza. Mas as árvores também têm nas estações, doença e renascer das folhas conforme a estação. O outono é a mais linda das estações, nos faz ver a beleza criadora com os matizes da mutação mostrando que tudo na vida tem seu tempo.

Enquanto vivemos neste mundo em nossa corporeidade, nosso cérebro se forma programado para acreditar em algum tipo de deus, e a fé não é opção pessoal nem chamado divino: é uma tendência biológica, que se desenvolveu ao longo de milhares de anos de evolução. Essa ideia, que desagrada a crentes e ateus e é uma das teorias mais polêmicas entre os cientistas que parece ter sido finalmente comprovada por um novo estudo realizado por pesquisadores do Instituto de Saúde dos EUA. Eles monitoraram o cérebro de pessoas religiosas e descobriram que, quando elas pensam em deus, ativam os mesmos neurônios que todo mundo (crente ou não) usa para formar a chamada “teoria da mente” – a capacidade de entender o que outras pessoas estão sentindo e simpatizar com elas. E essa habilidade é primordial para as relações humanas: se cada pessoa fosse alheia aos sentimentos das outras, a sociedade como a conhecemos não existiria, seria apenas uma multidão de psicopatas.

Estudos com grupo de crianças, caso fossem deixadas numa ilha deserta, elas acabariam se tornando religiosas”, afirma o psicólogo Justin Barrett, da Universidade de Oxford. Ele passou os últimos anos investigando uma dúvida perene: por que algumas pessoas acreditam em deus e outras não? Disse que as pessoas não escolhem acreditar ou não; elas já nascem acreditando. “As crianças são propensas a acreditar na criação divina. Já a ideia de evolução não é natural para elas”, afirma. É como se você saísse de fábrica com um cérebro crédulo, e só conseguisse transformá-lo em cético depois de muito tempo.

Deus que Jesus falou não é uma Força impessoal como em Guerra nas Estrelas, cuja bondade é medida em voltagem. E nem ele é um senhor insensível no céu, tendo prazer em tornar nossas vidas miseráveis. Pelo contrário, Deus é relacional como nós, mas muito mais. Ele pensa e ouve a natureza. Ele se comunica em uma língua que podemos entender. De acordo com Jesus, Deus conhece cada um de nós intima e pessoalmente, e age sobre nós atemporalmente nas leis do universo.

O link entre o homem e Deus é a mesma fé que mantém todas as coisas vivas e em movimento! A morte não é o oposto da vida e sim a ausência dela. E esta provação outonal da vida, bondade e extenuação das folhas que planam belamente ao cair é o encanto da morte que estamos sofrendo ao ver queridos amigos se despegarem da árvore da vida. Esse desprender dói, e como dói ver nossos amigos e familiares como folhas outonais pousarem na terra para alimentar as raízes da nova folhada do cedro da vida. E assim, Deus nos ensina que a vida é um sopro para extasiar-se nesta, noutra e outra geração, para sempre.

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