EFEITOS DA PANDEMIA Após 15 meses de portas fechadas, salões voltam a receber festas e eventos

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No dia 02 de junho de 2021, os empresários e profissionais do setor de eventos recebiam a autorização do Executivo para retomarem suas atividades, seguindo o decreto municipal n° 9499, que regula a atividade do comércio. A autorização tem como condição a obediência a todas as medidas sanitárias expostas no plano de contingência que foi apresentado pelos próprios profissionais, como também a prevenção ao contágio da Covid-19, seguindo as medidas expostas no decreto municipal.

Para entender como tem sido essa retomada para os salões de festa, a reportagem conversou com proprietários do Espaço Alegria Festas & Eventos, Piruetas, e Brugui Festas.

– Alissandra Felipette – proprietária do Espaço Alegria Festas & Eventos

Alissandra relembrou que o setor ficou aproximadamente 1 ano e meio de portas fechadas, embora tenha retomado por cerca de um mês – quando foram realizadas cerca de cinco ou seis festas – em determinado momento, antes do início da “segunda onda” da pandemia. “Graças a Deus, o prédio do salão é próprio, o que facilita a resistência a esse período, mas temos muitos colegas que passaram por momentos muitos difíceis”, contou.

Segundo Alissandra, com a determinação de fechamento dos salões, o setor entrou em colapso e ficou esquecido. “Não estávamos simplesmente querendo fazer festa, comemorações, estávamos querendo resistir à crise, pois há muitos segmentos envolvidos nos salões, como serviços de garçom, salgadinhos, som, doces, toda essa gama de profissionais foi prejudicada também”, explicou.

A profissional ressaltou a triste situação vivida por muitos colegas, que não resistiram a esse período sem poder trabalhar e tiveram que fechar as portas.  “Não sei como a situação vai mudar. Conheço muitas pessoas que sobreviviam das festas, do seu salão. Aqui fui remanejando, conversando com fornecedores, postergando datas, alguns funcionários precisaram sair, trabalhar em outros lugares, muitas vezes pensei em fechar, mas resolvi aguardar o retorno, é um problema bastante complexo”, frisou.

Hoje, com a retomada, o Espaço Alegria está formando sua equipe novamente, e cumprindo com todas as obrigações que o decreto municipal exige.

Alissandra contou, ainda, que depois do período turbulento, um grupo de empresários formou-se com o intuito de dialogar com as lideranças municipais (prefeita, vice, COE) e defender sua subsistência. “Tínhamos muito material que comprovava a realização de festas clandestinas, o que era muito mais arriscado do que realizar a festa em um salão cumprindo rigorosamente todos os protocolos de prevenção à Covid. As autoridades concordaram e concluíram que poderíamos retomar nosso trabalho”, frisou.

Entre as medidas de prevenção à Covid que devem ser seguidas pelos salões de festa está a presença de álcool em gel, tapete sanitizante, medição de temperatura, distanciamento de mesas, número reduzido de pessoas, som ambiente para evitar a liberação de gotículas entre as conversas, uso de máscara pelos convidados, sendo retirada apenas para se alimentar, e lista de convidados com telefone e endereço. “Os brinquedos que contêm bolinhas não podem ser usados, todos os monitores devem estar uniformizados, de máscara, luvas, frasco de álcool na mão e limpando os brinquedos após o uso de cada criança”, completou.

“Com base nisso, estamos trabalhando direitinho, a fiscalização tem ocorrido e o salão está sendo bem procurado, com os convidados cumprindo as regras. Estamos muito felizes e gratos. De uma forma ou outra, essa crise respinga em outras áreas, mas tenho certeza que dará tudo certo”, concluiu.

– Valeria Canepa, proprietária do salão Piruetas

Segundo Valeria Canepa, o salão esteve fechado por 15 meses. “Estivemos, no mês de novembro, por 15 dias habilitados, mas com o decreto do Estado logo tudo foi fechado novamente”, relembrou.

Em relação aos funcionários, a profissional conta que foram mantidos os salários por 3 meses e depois foram dispensados. “Manter as contas em dia foi muito difícil, não tivemos ajuda do governo, nem dos bancos porque éramos um setor de risco e seríamos o último a retomar. No nosso caso, vendemos um carro e outras coisas que tínhamos conquistado ao longo dos anos de trabalho… foi bem difícil economicamente, ainda estamos com contas atrasadas inclusive”, explicou.

Sobre a retomada, Valeria explica que ainda está bem difícil, porque o agendamento não é imediato, muitas pessoas já se organizaram para realizar suas festas em casa e a maior parte da procura é para os meses de outubro ou novembro. “Também estamos com muita cautela em relação ao agendamento por medo de um novo fechamento, não temos certeza de que a situação se mantenha assim”, ponderou.

“Tem colegas que estão fechando seus salões e no nosso caso, não sabemos se vamos poder aguentar até a retomada, como era antes”, finalizou.

– Elvis Dener, proprietário do Salão Brugui Festas

Elvis contou à reportagem que a pandemia primeiramente implicou na questão dos cancelamentos das festas, a devolução do dinheiro e a incerteza do retorno às atividades.

“Graças a Deus estamos retornando com bastante procura, e todos respeitando os protocolos conforme o decreto. Eu tenho outra renda e foi isso que ajudou, soube ajustar os gastos e não pago aluguel, o que foi muito importante, também não tinha dívidas de material. Faz cinco anos que estamos com o salão e acredito que vamos dar seguimento”, frisou.

Outros salões

A reportagem entrou em contato com outros proprietários de salões de festas e eventos os quais informaram que decidiram fechar as portas definitivamente e preferiam não se manifestar no momento.

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