Uergs e Fiocruz firmam convênio para a produção de fitoprodutos do bioma Pampa
A Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) celebrou um convênio com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para a produção de fitoprodutos do bioma Pampa. O objetivo é articular um Arranjo Ecoprodutivo voltado à inovação e ao desenvolvimento de fitodefensivos, fitocosméticos e fitoterápicos.
O projeto está sendo desenvolvido pelo campus da Uergs de Sant’Ana do Livramento, sob a coordenação técnico-científica da professora e agrônoma Adriana Trevisan, com a colaboração de professores de outras unidades. “Como sou agrônoma sempre trabalhei com estratégias de extrativismo sustentável e/ou domesticação de plantas nativas para usos inovativos. […] Em 2019, criei o grupo de pesquisa Ecologia dos Saberes em Agroecossistemas do bioma Pampa, mais conhecido como Ecos do Pampa e uma das linhas de pesquisa é a Ecoinovação e Biodiversidade”, contou a professora.
De acordo com ela, estão sendo realizados projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação a partir de insumos de plantas do Pampa, especialmente óleos essenciais, para a geração de fitoprodutos, com ênfase a fitodefensivos, produtos naturais a serem utilizados na agropecuária, sendo que dentre esses produtos, estão os fitodefesivos para a traça das oliveiras, doenças na produção de uvas e controle de germinação do capim-annonni.
A professora explica que os arranjos produtivos são uma forma de organização de elos de uma cadeia produtiva especializada em um determinado setor e que mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si.
Ao longo do desenvolvimento dos projetos, a agrônoma conheceu a iniciativa da RedesFito da Fiocruz, que converge com as ideais da linha de pesquisa em Ecoinovação e Biodiversidade. Após o contato, foi criado o Núcleo Garupá da RedesFito no bioma Pampa em 2020, como forma de somar esforços e habilidades para criar novos postos de trabalho na região pampeana, diversificar sistemas produtivos e assim gerar emprego, renda e a conservação do bioma Pampa.
“A sustentabilidade, no nosso caso, é conseguir conservar o que existe ainda de biodiversidade do Pampa, promover a restauração de ambientes degradados a partir de sistemas produtivos resilientes e envolver os produtores familiares neste sistema”, disse Adriana.
A professora explica que é necessário dar novas oportunidades de uso do território, de geração de trabalho e renda para os pecuaristas e agricultores. E, para a Uergs de Sant’Ana do Livramento, o projeto é de grande relevância por oferecerem os cursos de agronomia e de desenvolvimento rural no município, e por gerar uma conexão da unidade com o desenvolvimento territorial, novas formas de produção e geração de renda.
“Um resultado já estabelecido é a incubação da empresa semente (startup) Natupampa, criada por egressas do curso de Agronomia da Uergs, que tem como foco a comercialização dos produtos em desenvolvimento”, conta Adriana.
Atualmente, estão sendo realizadas pesquisas de prospecção de espécies potenciais e a estruturação de uma rede de produtores de matéria prima para a extração de óleos essenciais, junto a uma cooperativa. Esse trabalho vem sendo feito a partir de projetos de pesquisa, trabalhos de conclusão de cursos e da articulação com diversas instituições da região.
Além da Fiocruz, o projeto conta ainda com a parceria da Universidade Federal de Santa Cataria, UTEC, Udelar, empresas interessadas e produtores da Cooperforte interessados. “A nossa expectativa é que aos poucos a gente vá construindo esse arranjo eco produtivo local, que estabelece diversos elos importantes para que de fato tenhamos uma cadeia produtiva, o desenvolvimento de um produto que possa gerar renda para todos os elos da cadeia”, concluiu a professora Adriana Trevisan.
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