Famílias pedem apoio para legalização de área próxima ao Batuva

Ocupação iniciou há aproximadamente dois meses, por pessoas que não têm mais condições de pagar aluguel
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Há cerca de dois meses, cerca de seis famílias começaram a ocupar uma área pertencente ao Município nas proximidades do Lago Batuva. Gelson Machado, Adriana Pereira e Ana Carolina Portes estão entre essas pessoas, que hoje somam em torno de 70 famílias. Segundo Gelson, a ocupação do local se dá em virtude das dificuldades financeiras que essas pessoas estão passando, principalmente para pagar seu aluguel. “A situação hoje é a seguinte: ou pagamos aluguel, ou comemos”, pontuou.

Adriana comenta que hoje existem na área cerca de 70 famílias e 200 crianças, as quais contam com o apoio de grande parte dos moradores das redondezas. “Esse lugar antes era ocupado por nômades, viciados em drogas, utilizado para esconder produtos de roubos e outras coisas. No momento que uma família se instalou aqui, foram chegando outras, pois as pessoas viram uma luz no fim do túnel”, conta.

Segundo ela, essa foi a solução encontrada por muitas famílias que se acumulam na casa dos pais. “As famílias vão aumentando mas as casas continuam do mesmo tamanho”, disse ela. Outra parcela encontrou nessa ocupação uma saída para o aluguel. “Tem muitas pessoas devendo aluguel, devendo para armazém e outras dívidas em virtude dessa crise”, completou.

De acordo com Adriana, o grupo já recebeu a visita de fiscais da Prefeitura (possivelmente da Secretaria do Planejamento) e de uma assistente social. À assistente social, foi solicitada a instalação de um banheiro químico e que fosse fornecida água para as famílias, o que foi negado. “Ela disse que não poderia fazer nada porque não estamos legalizados aqui, mas somos seres humanos… só pedimos que nos olhem com empatia, aqui somos famílias de bem, com muitas mães de família”, frisou.

 

Organização

As famílias que ocuparam a área seguem alguns critérios de organização, sendo que os tamanhos dos terrenos são todos iguais, medindo 12x30m, e foram colocados números prediais fictícios em cada terreno para que se mantenha em ordem e não haja conflito. Além disso, cada família é responsável pela limpeza da área escolhida, onde muitas vezes tem lixo depositado de forma irregular. Além disso, segundo Ana Carolina Portes, o intuito de todos é arcar com as despesas de IPTU, água, luz e demais impostos referentes à cedência dos terrenos.

Adriana e Gelson afirmaram que já procuraram a Secretaria da Fazenda solicitando número predial, mas o pedido foi negado segundo a alegação de que eles invadiram a área. “Estamos pedindo o apoio da comunidade, do Ministério Público, do Legislativo, do novo governo que vai assumir a Prefeitura, não é possível que nenhum órgão possa nos apoiar nesse momento”, destacou Adriana.

 

Contraponto

A reportagem procurou a Secretária do Planejamento, Nara Har, para obter informações sobre a situação, mas não obteve retorno. A uma rádio local, a secretária afirmou que o Poder Executivo acompanha o caso e que inclusive já ingressou com ação judicial para reintegração de posse.

 

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