História

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O CAUDILHO RIO-GRANDENSE

Nas páginas da História do Rio Grande do Sul nos deparamos com a figura de homens de fibra e coragem que se destacaram na guerra e na política, em fases importantes de nossa história. Antes de tudo, qual é a definição de caudilho? Os historiadores se preocupam e voltam sua atenção ao significado histórico da palavra. O escritor Lucas Ayagarray externa seu conceito numa formula  sintética: “O caudilho é a bandeira, o principio, o programa e o fim do seu partido”. E Aurélio Porto vai mais longe, generalizando: “Guerreiro, político, as suas ideologias refletem os seus pendores pessoais”. A lei suprema é o fio da espada. Projeta-se na História cercado pelas crescentes marés de sangue”. Mas atenua o conceito quando trata de Artigas que “paira como um  símbolo heróico e belo, nas alvoradas da raça uruguaia”. Há uma diferença entre o caudilho platino e o rio-grandense. O platino, como característica principal está direcionado para a ambição e o poder pessoal, governando de tal forma que sua vontade seja a única lei vigorante. Assim foi Sarmiento, Quiroga e Rosas na Argentina. No Uruguai identificamos a Rivera, Lavalleja e Oribe, que foram lideres fraticidas que levaram à luta irmão contra irmão. O caudilho rio-grandense não possui este perfil, ele é bem diferente em sua maneira de agir. Ele é um respeitador da lei e aplica a lei quando for necessário. Ele é um juiz, um conselheiro, um mediador, um patriarca, chefe militar e um líder nato. O caudilho gaúcho convencional é um homem de campo, um político de prestigio sem ser chamado para isso e com autoridade na região a que pertence. Ele é um homem de guerra, sempre pronto a liderar seus homens à guerra. O caudilho do pampa, foi um produto do tempo e das contingências do meio em que vivia. Desde o inicio das conquistas, foi um miliciano, em muitos casos, um estancieiro militar latifundiário. Em volta dele, se estabeleceram os agregados, que viam no seu chefe um líder protetor incontestável, tanto na paz como na guerra. Também os vizinhos aceitavam sua proteção, sendo leais e prontos para lutar sob seu comando. A Revolução Federalista de 1893, mais do que a de 1835, revelou  vários caudilhos de certo porte, os quais  demonstraram grande poder de liderança, união e talento militar. Portanto, o caudilho é o resultado de uma raça na formação da personalidade do homem do pampa sulino.

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