Operação da PF que apreendeu celular de Bolsonaro reverte ânimo político em Brasília e irrita bolsonaristas

"Eu não tomei a vacina. É uma decisão pessoal minha depois de ler a bula da Pfizer, de não tomar a vacina".
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Ex-presidente brasileiro é acusado de adulterar sistema do SUS para incluir comprovante falso de vacinação contra o coronavírus, pouco antes de embarcar para os Estados Unidos após sua derrota nas eleições. A operação da Polícia Federal, que prendeu ex-assessores de Jair Bolsonaro e fez buscas de material e documento na casa do próprio ex-chefe de Estado, elevou a temperatura política nos corredores da capital e provocou revolta no ninho bolsonarista.

Apoiadores de Bolsonaro viviam uma semana de otimismo, especialmente com o adiamento da votação do PL das Fake News e certos embaraços na administração Lula, com frases polêmicas do petista à recepção entusiástica que o adversário recebeu na Agrishow, em Ribeirão Preto. Mas a operação desta quarta-feira alterou o humor político em Brasília. Nos bastidores bolsonaristas, muitos direcionaram o arsenal de críticas ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que defende a proposta de regulação das plataformas digitais de informação e, por conduzir o inquérito das milícias digitais, foi quem autorizou a operação.

Os celulares de Bolsonaro e da esposa Michele foram apreendidos e o próprio ex-presidente apareceu para falar. “Eu não tomei a vacina. É uma decisão pessoal minha depois de ler a bula da Pfizer, de não tomar a vacina. O cartão de vacina da minha esposa também foi fotografado. Ela tomou a vacina nos Estados Unidos, da Janssen. A minha filha, que eu respondo, Laura, atualmente com 12 anos, não tomou a vacina também. Tem o laudo médico tocante a isso. De resto, eu fico surpreso com a busca e apreensão por esse motivo. Eu não tenho mais nada para falar”, defendeu-se.

A irritação ficou evidente na própria negativa de Bolsonaro em comparecer para depor na Polícia Federal sobre o caso hoje. A defesa dele disse que não teve acesso aos autos do inquérito e considerou arbitrária a ação dos agentes na residência onde ele mora atualmente, num condomínio em Brasília. O material recolhido será analisado e os assessores detidos serão ouvidos pela PF.

Aliados temem desgaste político

Os aliados do ex-presidente temem pelo risco de desgaste político, já que somente este ano, depois de retornar dos Estados Unidos, Bolsonaro já depôs duas vezes à Polícia Federal sobre outros dois casos – atos antidemocráticos e as joias recebidas da Arábia Saudita.

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