O aumento recente de mortes violentas, em muitos casos execuções com requintes de barbárie, desafia as autoridades policiais brasileiras, que buscam atuar de forma crescentemente coordenada, na tentativa de neutralizar o ímpeto de criminosos que disputam o domínio de atividades criminosas na cidade.
Segundo as autoridades de segurança, a Fronteira hoje é alvo da disputa travada entre fações do crime organizado, interessadas em dominar território estratégico para o tráfico de drogas e de armas. E nessa guerra suja não só disputam entre si, bandido contra bandido, mas, conforme noticiado nos últimos dias, a vida de inocentes também vem sendo ceifada.
Cidade de Fronteira, Livramento ultimamente tem sido vista como rota do crime e paga um preço alto pela facilidade do trânsito transfronteiriço, transformando-se, cada vez mais, em local de refúgio ou de ponto de apoio para traficantes de armas e de drogas.
Tanto a Brigada Militar, quanto a Polícia Civil, têm desenvolvido um árduo trabalho na busca pela repressão aos crimes, principalmente tráfico de drogas e de armas, com o objetivo de impedir que as grandes quadrilhas do crime organizado se instalem não só em Sant’Ana do Livramento, mas ao longo de toda faixa territorial que faz divisa com o Uruguai.
Esse, porém, é um desafio que gera preocupação na comunidade, que transcende a fundamental e decisiva atuação permanente das forças de segurança.
De acordo com o comandante do 2° RP Mon, Major Silveira, a Brigada Militar tem trabalhado de forma intensiva para combater a criminalidade, no intuito de mitigar os delitos que coloquem em risco a vida do cidadão.
Para saber um pouco mais sobre as ações que vem sendo desenvolvidas na cidade, a reportagem do Correio do Pampa conversou com o Major Silveira e com a Delegada Giovana Müller.
Major Silveira
“Olhando nossos dados técnicos, temos números expressivos como por exemplo 17 foragidos da justiça recapturados, 34 armas de fogo apreendidas e 56 prisões pelo delito de tráfico de entorpecentes. Mas o que podemos destacar, é que os crimes que mais preocupam a comunidade, são os crimes conta o patrimônio, como furto qualificado e furto a residência e o abigeato.
Sempre buscamos combater os crimes contra a vida. Quando identificamos algum local que exista a eminência de acontecer um delito, buscamos informações através da nossa Agência de Inteligência da Brigada Militar e procuramos agir de maneira preventiva. O crime não respeita território, mas apesar disso, temos um fator importante na Fronteira, que nos possibilita trabalhar de forma integrada com a polícia de Rivera, nos valendo das boas relações que existem entre os dois países. Embora exista uma agencia de inteligência, e também a integração entre os órgãos de segurança, envolvimento da comunidade é muito importante no ponto de vista de prevenção”, discorreu.
Delegada Giovana Müller
“O aumento da criminalidade, decorre por conta da disputa envolvendo líderes de facções criminosas em pontos e bairros diferentes da cidade. Isso de fato vem aumentando, gerando a prática de outros crimes como homicídio e roubo. O trabalho com órgãos de inteligência sempre é integrado e quando necessitamos há um conto prévio. Temos uma interação maior com a Brigada Militar, que sempre nos apoia, na questão de cumprimento de mandados de prisão ou até mesmo com o canil da BM”, contou.
Comparativo de crimes, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado
2021 2022
Homicídio doloso 6 6
Vítimas de homicídio 8 7
Latrocínio 1 0
Furtos 940 918
Abigeato 139 130
Furto de veículo 54 48
Roubo 77 72
Roubo de veículo 4 4
Estelionato 471 457
Delitos relacionados a armas e munições 56 45
Entorpecente – posse 180 172
Entorpecente – tráfico 72 56
Vítimas de latrocínio 1 0
Vítimas de lesão corporal seguida de morte 0 0
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