Dra. Luciane Peixoto explica os cuidados para prevenir o câncer de colo de útero

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Neste mês de março é realizado a campanha de prevenção ao câncer de colo de útero, chamada de Março Lilás, como forma de conscientizar a população sobre o tema e ajudar no enfrentamento a doença, já que com a conscientização sobre este tipo de câncer, é possível na maioria das vezes evitá-lo. A reportagem do Correio do Pampa conversou com a médica oncologista, Luciane Peixoto, para explicar os cuidados necessários para prevenir o câncer de colo de útero.

Luciane Peixoto, é formada em Oncologia Clínica e Câncer em Neurologia Clínica, falou que na Oncoclinica do CHS ela atende os pacientes que precisão de quimioterapia ou de um diagnóstico, quando o paciente vem com alguma dúvida.

“Eu atendo também no Município os pacientes que já têm o diagnóstico de oncologia de tumores e lhes encaminho para o lugar de acordo com o tratamento que a pessoa necessite. Também atendemos convênios e os pacientes do SUS são atendidos em Uruguaiana, porque é por região, já que a nossa região de oncologia que trata os tumores tem a referência em Uruguaiana”, citou.

Segundo ela neste mês do Março Lilás, é o mês de conscientização, do combate ao câncer do colo do útero, porque o médico que realiza o diagnostico deste tipo de tumor é o ginecologista, então a  mulher após a primeira relação sexual ela já teria que começar a frequentar o ginecologista , porque é o médico que é especializado em exames da parte de útero e ovário.

“O útero é um órgão que tem um corpo e tem o colo do útero, o colo do útero é facilmente visualizado em um exame ginecológico, e é onde a maioria dos tumores de útero acontecem, então com o exame ginecológico o médico consegue visualizar bem o colo do útero, e faz o famoso Papanicolau ou até mesmo pré câncer, mas o ideal seria fazer os exames uma vez por ano”, destacou.

Ela contou que este tipo de tumor tem uma relação com  a qualidade de vida mais inferior, já que o câncer de mama tem relação com uma qualidade de vida boa, devido a comidas com gordura, então no Rio Grande do Sul ocorre muito mais o câncer de mama, porém no Norte e Nordeste é mais comum o câncer de útero, porque as mulheres acabam tendo uma inversão na qualidade de vida.

“O colo de útero é um dos principais tumores do mundo, nesses países subdesenvolvidos que tem um pouco  mais de pobreza, ele está  relacionado com troca de parceiros, com a higiene, e um grande fator, o vírus do HPV, tanto que agora no Brasil já existem campanhas para vacinação das meninas que nunca tiveram relação sexual, sendo uma vacina contra o HPV. Além disto até mesmo os meninos poderão fazer esta vacina, porque este vírus pode passar  do homem para a mulher e da mulher para  homem, já que  90% dos cânceres de colo de útero é causado pelo vírus, então com o tempo se as pessoas aderirem esta campanha, a tendência da doença irá cair muito”,  explicou.

Luciane Peixoto destacou que o tratamento para esta doença é a cirurgia  se possível, mas na maioria das vezes já não é mais possível e se realiza a radioterapia e quimioterapia, mas o ideal é a prevenção, porque só assim é possível pegar o tumor em estagio inicial e as vezes retirar um fragmento do colo do útero ou fazer uma cauterização que já resolve.

“Os sintomas principais deste tipo de câncer é aparição de um corrimento, ou seja, uma leucorreia, as vezes dor na relação sexual, e após a relação sexual muitas vezes ocorre algum sangramento, podendo aparecer juntamente com o corrimento. Na secretaria se atende bastante casos de câncer de colo de útero, mas se for comparar mundialmente o câncer de colo de útero é tipo o segundo tumor mais frequente no mundo”, frisou.

Segundo ela o primeiro cuidado a ser tomado para evitar a doença  é a utilização do preservativo, porque o vírus é o que se transforma depois em câncer, já que ele vai lesionando a região do útero, além disto também é necessário ter os cuidados de higiene e realizar a visita ao ginecologista, mas o preservativo entra como principal, porque ele protege contra as doenças sexualmente transmissíveis como a sífilis e HIV , sendo uma grande barreira de cuidado.

“A juventude teria que ter esta ideia, da importância da preservação, porque muitas vezes eu vejo no PAM (Pronto Atendimento Médico), onde também trabalho, que pessoas com pré-cânceres e com doenças sexualmente transmissíveis, sendo um sinal de que não estão usando o preservativo”, finalizou.

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