Plano de Defesa da Cidade é simulado em Livramento
Um treinamento contra assaltos a banco movimentou dezenas de policiais durante esta semana, em Sant’Ana do Livramento. Liderada pela Brigada Militar (BM), a simulação é um teste do plano de pronta resposta contra ataques, como os ocorridos em Criciúma (SC) e em Guarapuava (PR). Foi realizada ainda na semana anterior uma divulgação deste treinamento, onde buscou avisar e conscientizar a comunidade, principalmente da área central, para que a grande movimentação policial não assustasse os moradores.
A simulação foi de um roubo a banco e de um assalto a uma transportadora, realizada de maneira diferente das outras ações, como no caso de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, onde foi realizado durante a madrugada. O treinamento de reação em Livramento iniciou às 9h45 e durou pouco mais de duas horas. Neste período, foram feitos bloqueios nas ruas principais da cidade, e simultaneamente, na entrada principal do 2º RP Mon, e início da invasão ao Banco do Brasil.
O desenvolvimento de um plano de defesa foi uma determinação do comando da Brigada Militar após análise do mega assalto em Criciúma, no final de 2020. Esta ação criminosa, que está sendo chamada de “tomada de cidade”, são ataques planejados e organizados para roubar grandes quantias de dinheiro. O principal alvo é o Setor de Retaguarda e Tesouraria (Seret) do Banco do Brasil. No Rio Grande do Sul, há oito destes centros, sendo um deles em Livramento.
Por precaução, os batalhões policiais gaúchos foram orientados a desenvolver seus planos de defesa com orientação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e o setor de inteligência da BM. Na maior cidade da Serra, este planejamento foi feito em janeiro. Agora, o 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM) fará esta simulação para avaliação.
“Temos um país vizinho aqui e essa é uma oportunidade, diante da peculiaridade, para treinarmos e por isso fizemos o exercício de dia. Aqui temos uma amizade que permeia as relações com os uruguaios o que nos permitiu fazer o exercício multi agências. Essas são oportunidades também para se identificar, e mapear, rotas de fugas e vamos fazer uma avaliação sobre o que foi e será feito hoje. Ali vamos verificar onde certamos e erramos e, quem sabe, com alguma periodicidade repetir o exercício e ajustar para devolver à população aquilo que pode nos ajudar. Devemos repassar isso a todos internamente por que o cidadão vai poder dizer inclusive que existem outras possibilidades que não vimos e esse mapeamento é feito nesses exercícios”, disse o comandante Feoli.
Além do 2º RP Mon e do Comando Regional de Policiamento Ostensivo da Fronteira Oeste (CRPO-FO), a simulação contou com a participação do 6º BP Choque, Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Comando Rodoviário, o Batalhão de Aviação, a Polícia Civil, Bombeiros, a Fiscalização de Trânsito e o Samu.
Ação
Logo após o encerramento da coletiva, os comandantes foram até o Banco do Brasil, local escolhido no centro da cidade, como um dos alvos a serem tomados por bandidos. Ali, homens armados com fuzis simularam explosões de caixas eletrônicos e fizeram reféns. Disparando tiros para o alto o tempo todo com a intenção de aterrorizar a população, o “falso bando” foi aos poucos conseguindo convencer mesmo a quem assistia de que se tratava de uma situação real. As falas, os gestos, os sons, todos os mecanismos simularam que a cidade estaria passando por um ataque já que ao mesmo tempo, outra parte do grupo atacava o quartel do 2º RPMon disparando contra policiais e impedindo a saída dos mesmos bloqueando o principal acesso com um ônibus.
Antes de iniciar a fuga, parte do grupo formado por nove homens, ainda explodiu no simulado uma das paredes laterais da Prossegur, local destinado à segurança de valores e que também foi alvo do falso cangaço.
A fuga
Para sair do local, os figurantes repetiram o modus operandi usado por bandidos na vida real e como registrado em cidades onde os ataques aconteceram. Feriram uma pessoa e fugiram levando reféns na caçamba de um dos carros usados na ação. Parte do grupo foi interceptado em uma ação conjunta das forças policias do Brasil e do Uruguai quando tentava ingressar no país vizinho às margens do Parque Internacional. Ali, as primeiras prisões, a apreensão de armas e de parte do dinheiro supostamente roubado.
Mas a parte mais crítica do trabalho policiais ainda estaria por vir. Com a deflagração da ação, as foças especializadas da Brigada Militar que já haviam sido acionadas se prepararam então para um cerco montado fora do perímetro urbano da cidade. De acordo com o Tenente Coronel Zinga, a meta será sempre que possível evitar o confronto com bandidos no perímetro urbano e cercar em áreas de campo, o que aconteceu.
Ao fugir para o mato na região do Passo do Guedes, homens do BOPE – Batalhão de Operações Especiais, simularam então o confronto armado com os bandidos. De longe foi possível ouvir as rajadas e as explosões que levaram a crer que o duelo seria intenso e terminaria em sangue. O que de fato aconteceu, simuladamente. Como saldo, três bandidos mortos e seis presos. Além de uma vítima civil ferida ainda quando o bando deixou em fuga a agência do Banco do Brasil.
Sucesso pleno. Essa foi a definição dada pelo comandante do CRPO – Tenente Coronel Zinga ao falar do resultado do exercício. “Treinamos todas as possibilidades que nos foram apresentadas e conseguimos empregar o máximo de realismo possível. O resultado desse treinamento pode ser sim considerado satisfatório. Agora vamos avaliar internamente e fazer todos os ajustes necessários para dar sempre a melhor e pronta resposta que a comunidade merece, caso venhamos a nos deparar com uma situação semelhante a essa na vida real”, finalizou.
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