Chega de violência! Nota pública contra os estupros na Fronteira

0
361

“Nós, mulheres e organizações que compõem a Intersocial Feminista 8M Rivera-Livramento, viemos a público manifestar a nossa revolta em razão das violências perpetuadas contra mulheres e meninas em nossa fronteira, em especial em Santana do Livramento, nos últimos dias.
Em menos de uma semana, assistimos estarrecidas às notícias de abuso e violência sexual de duas meninas, com a idade de 4 anos, violências perpetuadas por pessoas próximas, de dentro da própria convivência familiar.
Além disso, no último domingo, uma mulher foi estuprada em plena luz do dia nas proximidades da Praça da Estação Férrea.
Nesse momento sentimos uma mistura de revolta, repúdio e muito medo. Sentimos nossa alma sangrando de dor, pelas mulheres que foram e pelas que são abusadas todos os dias no mundo.
Os atos praticados não atingem apenas as vítimas, mas representam um ataque a todas as Mulheres.
É preciso que as instituições reafirmem e façam valer as leis e direitos já consagrados, que existem para a proteção de nossas mulheres e crianças.
É preciso atuar para prevenir não só o estupro e a cultura do estupro, mas todas as formas de violência contra a mulher, desnaturalizando papéis estereotipados de posse, submissão, desigualdade e inferioridade que legitimam e perpetuam práticas violentas contra meninas, jovens e mulheres adultas a todo o momento e por todos os lugares.

Dados da Secretaria de Segurança Pública do RS dão conta de aproximadamente um estupro por mês. Com este de domingo totalizaram 16 estupros em Sant’Ana do Livramento.
Em dezembro é muito provável que uma ou duas mulheres sejam estupradas. Vamos deixar isto acontecer? Até quando vamos ser vítimas de homens que decidem violar os corpos das mulheres?
Exigimos que os órgãos competentes, Centro de Referência da Mulher, dê toda assistência jurídica e psicológica à esta mulher, assim como a Assistência Social, Conselho Tutelar e demais órgãos dêem toda a assistência a estas meninas. Que a Delegacia de Polícia investigue os fatos e que o Poder Judiciário julgue os criminosos, punindo-os com rigor.
À sociedade da fronteira, pedimos, não se cale, denunciem, apóiem as vítimas, não sejam cúmplices de uma cultura machista e patriarcal que só viola os direitos e os corpos das meninas e mulheres.
Às vítimas, queremos dizer, vocês não estão só.”

Assinam esta nota:
Coletiva Feminista de la Frontera, 23º Núcleo do Cepers/Sindicato, Marcha Mundial de Mulheres, Instituto Mulheres de Santana, Economia Solidária Feminista Riveramento, Comición de Género de Udelar, Contra Legem (Unipampa), Casa da Economia Solidária Livramento, Grupo Negros e Negras da Fronteira, Associación Trans del Uruguai, Colectivo Riversidad, Comisión de Memoria y DDHH de Rivera e Núcleo de Gênero do MST.

Deixe um comentário


Warning: array_merge(): Expected parameter 1 to be an array, int given in /home/correiodopampa/www/wp-content/plugins/paid-memberships-pro/includes/content.php on line 266