Em live, diretores destacam os desafios de administrar a Santa Casa

Pandemia, intervenção e perspectivas para o futuro também foram os assuntos abordados durante transmissão ao vivo promovida pelo Correio do Pampa no Facebook
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Na noite de quarta-feira, 19, a live do Correio do Pampa no Facebook contou com a participação de Sérgio Oliveira e Luiz Arrieta, que há 60 dias aceitaram o desafio de dirigir a Santa Casa de Misericórdia.

Durante 50 minutos, eles falaram sobre pandemia, intervenção, desafios e perspectivas de futuro de um hospital que, em 2020, completará 117 anos.

Sérgio Oliveira e Luiz Arrieta contam que assumiram o hospital com o espírito abnegado, no intuito de desempenhar uma gestão profissional, que organize o hospital e torne-o viável. “Nossa gestão é baseada na visão de um hospital organizado, forte, consistente. Nossa responsabilidade vai além das paredes hospital, se estende aos 87 mil habitantes e às cidades da região que utilizam a Santa Casa”, frisou Arrieta.

Com o cenário de pandemia, os gestores podem contar com repasses de recursos extras que garantem uma “sobrevida” à situação financeira do hospital. “Porém, temos que ter a preocupação de que quando passar esse momento, tenhamos que caminhar por conta própria. Dentre as alternativas que estamos buscando, está gerenciar, o mais rápido possível, uma ala de longa permanência, realizar ajustes dentro do Pronto Socorro, ativar cinco novos leitos na ala de psiquiatria, o que gerará um incremento no faturamento em torno de 260 mil reais”, afirmou Sérgio Oliveira.

Os gestores também buscam ativar um endoscópio (aparelho para realizar o exame de endoscopia) que está no hospital desde 2014 e não foi utilizado. “Temos uma demanda reprimida de cerca de 600 pessoas necessitando fazer endoscopia no município, pretendemos reativá-lo para que em breve se torne um novo serviço oferecido pelo hospital, que também trará rendimentos”, analisou Sérgio.

Um problema muito sério que vem sendo enfrentado pelo hospital é o conserto do arco cirúrgico, equipamento fundamental para a realização de cirurgias traumatológicas. “Também estamos com problema no insuflador, utilizado em procedimentos operatórios. Por falta de recursos e parcerias, estamos sem condições de realizar certas cirurgias”, pontuou Sérgio.

Contando com 377 funcionários atualmente, o hospital possui número expressivo de funcionários na área administrativa e quadro reduzido de profissionais técnicos, como enfermeiros, avaliou Sérgio. “Em reunião virtual com o diretor financeiro do hospital de Uruguaiana, soubemos que o hospital de lá tem 168 leitos (40 a mais que aqui), 633 funcionários e um passivo de 226 milhões de reais, sendo que o nosso é de 52 milhões. É uma proporção muito desigual e uma lição para nós, se compararmos ao que imaginávamos ser tão grande”, exemplificou.

 

Intervenção

 

Os atuais gestores foram convidados a avaliar os benefícios ou prejuízos da intervenção municipal que o hospital sofreu em 2015. Para Sérgio, é difícil avaliar se a mesma foi benéfica do ponto de vista econômico, embora o hospital conte hoje com repasses dos governos federal, estadual e municipal. “O grande problema que surge, sem a intervenção, é que se entrar algum recurso nas contas do hospital, provavelmente sejam bloqueados na justiça. Entendemos que o ideal é a Santa Casa ser gerida por uma mesa administrativa da comunidade, com pessoas com interesse voltado exclusivamente para a administração da Santa Casa, sem vinculação com partidos políticos”, disse Sérgio Oliveira. Nesse momento, Sérgio fez questão de frisar que nem ele nem Arrieta sofrem ingerência político-partidária do Executivo ou do Legislativo. “Somos independentes, mas penso que passaram administrações com vínculo partidário e isso foi nocivo para a Santa Casa”, completou.

 

Covid-19

 

Com relação ao trabalho em meio à pandemia, os gestores destacaram os cuidados e as preocupações com os funcionários que estão na linha de frente. Sobre a capacidade do hospital, eles relataram que a ala covid está composta por 15 leitos. “Temos o apoio do governo, da comunidade, fazemos questão de agradecer aos funcionários bem como evidenciar a proteção necessária para afastar a possibilidade de contágio”, destaca Sérgio.

“O remédio para combater a covid é a prevenção e a consciência da comunidade. Vemos muitos participando de reuniões sem proteção, sabemos que estamos há muito tempo assim, mas precisamos ter paciência”, lembrou Arrieta.

 

Emendas parlamentares

 

Sérgio Oliveira destacou, ainda, que a quantidade de emendas parlamentares anunciadas não chega, efetivamente, ao hospital. “Através de termo aditivo, estamos recebendo 560 mil em 7 parcelas de 80 mil. Recebemos 750 mil que foram utilizados para pagamento de salários; 281 mil, na semana passada, que foram divididos em: depósito de 90 mil, valor devido à Justiça do Trabalho; pagamento vales transporte e alimentação; contas atualizadas; rescisões trabalhistas de junho. Uma verba de 994 mil que seria parcelada não chegou, assim como 701 mil anunciados e tantas outras que são previstas mas não houve o encaminhamento para o hospital”, elencou Sérgio.

Para incrementar a receita, Arrieta destaca que estão sendo planejadas ações de arrecadação, como reativação dos sócios-contribuintes, que em breve serão divulgadas amplamente.

 

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