“Você como mulher se sentiria segura em denunciar um crime de violência?”
Nesta semana, com o caso de Mariana Ferrer voltando à tona, o “Fala, cidadão” do jornal Correio do Pampa procurou as mulheres santanenses para saber como se sentiriam ao denunciar um crime de violência, confira:
Eduarda Alves:
“Eu não me sentiria confortável em relatar devidas situações, ou até mesmo de simplesmente denunciar para uma pessoa do mesmo sexo daquela que me feriu, pois na maioria das delegacias de pronto atendimento, as pessoas que atendem para registros de ocorrência são homens. Após realizada a denúncia, correria o risco da mesma situação que aconteceu com Mariana Ferrer. Julgada por homens os quais não têm a mínima empatia do que é ser mulher em um mundo dominado pelo machismo. Na minha opinião, deve-se investir mais em proteções e acolhimentos a nós mulheres. Tanto no momento da denúncia, quanto em relação ao julgamento daquele que está sendo acusado. A justiça é machista, nós jamais seremos culpadas. Merecemos respeito.”
Danielle Moreira:
“Não, porque primeiro eu não sei como iria ser a reação e os comentários da minha própria família, quem dirá de terceiros. Livramento infelizmente é uma cidade que tem mais pessoas para te julgar do que te ajudar, sem contar que sempre teria alguém para dizer que a mulher está inventando, que isso é frescura e tudo mais. Mas, mesmo não me sentindo segura, se acontecesse comigo eu denunciaria. Por mais que me destruísse, sei que assim eu poderia estar sendo exemplo e dando voz a tantas gurias daqui que nunca tiveram coragem de falar!”
Greici Bender:
“Não! A denúncia acaba por deixar a mulher mais vulnerável à violência, pois não há uma proteção efetiva para ela após realizar a denúncia. Entendo que é importante para a polícia saber os números e as situações para prepararem suas ações de combate futuras, mas isso em outros tipos de crimes. Na violência contra a mulher, lamentavelmente, a denúncia somente a expõe, não há proteção para ela – uma viatura Maria da Penha, não resolve distanciamento, ou outras medidas protetivas ou qualquer tipo de aproximação do agressor. Além do medo da denúncia pelos motivos já citados, essa semana, mais uma vez, tivemos a prova de que o judiciário brasileiro é sexista, dominado por homens machistas e corrompidos, que pouco ou quase nada valorizam a integridade e a vida de uma mulher. Tenho medo sim e não se limita somente à denúncia. No Brasil, ser mulher, é apenas para os mais fortes!”
Fernanda Araújo:
“Não, porque as medidas protetivas pouco protegem da fúria do agressor.”
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