Vale-alimentação do DAE gera divergências entre servidores

Não é de hoje que a direção do DAE- Departamento de Água e Esgotos de Livramento vem estudando a possibilidade de fornecer vale-alimentação aos servidores da autarquia, proposta que partiu dos funcionários que não utilizam o refeitório para suas refeições.

O assunto vem gerando divergências entre os funcionários, já que uma parte defende que o órgão público disponibilize refeição, e outra, prefere receber o benefício do vale.

Para explicar sobre a questão, a reportagem do Correio do Pampa conversou com Sigmar Martins, funcionário público, escriturário do setor de contas a receber, e que vem atuando junto aos demais servidores a fim de que seja encontrada uma melhor solução para todos.

Sigmar destacou que raramente faz uso do refeitório, mas acredita que para os que fazem uso, seria um prejuízo bastante grande, pois, mesmo a diretoria tirando o café da manhã, tem certeza de que esses servidores não conseguiriam com R$200 reais, comer o que comem no refeitório do DAE.

“Penso que poderia ter um projeto com manutenção do refeitório para alguns e adesão ao vale refeição para os que preferirem não usar o refeitório. Também tenho um outro questionamento: como será o remanejamento das cozinheiras (2) e auxiliar de cozinha (2)? Na verdade, eu não sou a favor do fechamento do refeitório. Como disse, eu sugiro que o projeto tivesse duas opções. Caso contrário, a manutenção do refeitório. Pois ele está ali e todos podem utilizar”, frisou.

CPAMPA: Quando iniciou a tratativa de fornecer o vale-alimentação aos servidores?

Sigmar: “A questão do vale-alimentação não é nada recente, por diversas outras vezes em outros governos já foram realizadas algumas tentativas para o envio de projeto de concessão de vale alimentação. Essa proposta partiu de servidores que não fazem o uso de refeitório, e que entendem que tem direito ao vale-alimentação, já que não utilizam o refeitório”.

 CPAMPA: Essa decisão atinge quais setores da autarquia? Quantos servidores?

Sigmar: “Hoje a troca do refeitório pelo vale-alimentação atingiria um percentual menor dos servidores, mais especificamente o motoristas/operadores, cozinheiras/serventes, e alguns operários (tem alguns operários que não serão atingidos, que seriam os operários que trabalham nos poços e nas ETEs), pois antes o motorista levava a refeição até eles, porém como os mesmos trabalham na modalidade de escala e fazem 6 horas, foi interrompida a entrega da refeição”.

CPAMPA: Quando iniciou a mobilização dos servidores? Houve conversa com a direção da autarquia?

Sigmar: “As mobilizações vêm acontecendo anualmente. Em todas as tentativas houve sim a conversa com as direções de cada época, porém sempre esbarrou no valor proposto pelo DAE, pois o Executivo não concordava, tendo em vista que o vale do DAE, seria maior que o da Prefeitura”.

CPAMPA: Atualmente como o assunto vem sendo tratado?

Sigmar: “Uma das primeiras ações da atual diretoria, foi tirar o café da manhã que era servido no refeitório, o que motivou ainda mais a mobilização para a concessão do vale-alimentação. Percebe-se que a vontade da diretoria é trocar o refeitório pelo vale. Existe um abaixo assinado, onde a maioria optou pelo vale-alimentação (tendo em vista que os servidores da área administrativa, somado aos operários que trabalham nos poços e ETEs, resultam num percentual bem maior). Eu não saberia informar o percentual preciso, mas com certeza ultrapassa os 60%”.

CPAMPA: Qual a expectativa do grupo sobre o assunto?

Sigmar: “A expectativa acompanha o que está expresso no abaixo assinado. Os que não querem clamam pela manutenção do refeitório, enquanto a outra maioria, trabalha para que a diretoria encaminhe o projeto ao Executivo”.

CPAMPA: Quais os próximos passos?

Sigmar: “Acredito que seria o encaminhamento do projeto para análise do procurador do Município, assinado pela prefeita, e daí para votação na Câmara de Vereadores”.