Uma Doutoranda Crochetando

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A jovem Luise Bittencourt Peres, 24 anos, descobriu por acaso um mundo totalmente novo e encantador: o universo amigurumi, uma técnica japonesa para criar pequenos bonecos feitos de crochê ou tricô. Além de presentear amigos e obter uma renda extra, Luise faz da técnica uma terapia que alivia a tensão causada pela pandemia e, mais particularmente, pelo doutorado que ela está cursando.

Natural de Dom Pedrito, Luise se mudou em 2013 para Livramento, para estudar Administração na Unipampa. Em março desse ano, ela concluiu o mestrado em Administração, na linha de Organizações e Desenvolvimento. “Antes mesmo de ter defendido minha dissertação iniciei o doutorado em Administração também, na linha de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho na Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, em Porto Alegre. Em função disso, entreguei meu apartamento aqui na cidade para me mudar para Porto Alegre, porém a pandemia que pegou todo mundo de surpresa também mudou meus planos iniciais. Desta forma, hoje me divido entre Dom Pedrito, onde fica minha família, e Livramento, cidade que mora meu namorado e que criei alguns laços também”, contou.

Mesmo sem estar em Porto Alegre, Luise não parou de estudar. O doutorado (que era para ser presencial) não parou, com aulas sendo ministradas online. “É muito diferente do que eu imaginei. No doutorado trabalhamos muito mais com debates, leituras e pesquisas, e eu queria muito conviver diariamente na universidade.

O aprendizado do dia a dia é muito mais rico do que à distância, o contato com os professores, colegas e até mesmo com a possibilidade de cursar disciplinas em outras áreas faz com que tenhamos uma ampla gama de conhecimento. Mas, hoje tive que me acostumar com reuniões, orientações, aulas, grupos de estudos, pesquisa e até mesmo happy hour com os colegas, de forma online”, explicou.

O mundo amigurumi

Luise conta que inicialmente não pensou em criar algo para obter renda extra nem nenhum projeto, mas o amigurumi chegou de forma despretensiosa. “Queria dar um presente para um bebê que está chegando na família, filho do meu cunhado e minha cunhada, e encontrei em uma loja um bichinho de crochê e pensei em fazer um para o Francisco. Eu sempre tive contato com a costura, o tricô e o crochê pela influência da minha avó, então sempre fiz casacos, cachecol, costuras em patchwork, porém nunca tinha feito os amigurumis. Me aventurei e foi recompensador ver o trabalho pronto, inclusive percebi que fazer isso me deixava muito bem. Desta forma, eu pensei em como o amigurumi poderia me ajudar mental e também financeiramente. Através dos amigurumis tenho um tempo para colocar a cabeça no lugar e seguir com gás no meu estudo”, frisou. Sobre as diferenças na sua vida depois que iniciou esse trabalho, Luise conta que fica animada quando vê que as pessoas gostam e também se apaixonam pelos bichinhos produzidos por ela.

“Eu estava bastante desanimada em relação às mudanças que foram impostas a todos nós, mas esse projeto Uma Doutoranda Crochetando chegou para dar um novo brilho nos olhos em relação à trajetória que escolhi, pois é uma motivação a mais que reflete diretamente no meu trabalho no doutorado”, encerrou.

Confira o trabalho de Luise no Instagram @umadoutorandacrochetando

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