Um impasse entre a classe médica e a Santa Casa de Misericórdia vem gerando preocupação entre a comunidade santanense, principalmente aqueles que dependem do atendimento da única instituição de saúde pública da cidade. Segundo informações da direção do hospital, até o momento, 18 pedidos de demissões foram protocolados na instituição.
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul-Simers, informa que o número de profissionais com aviso prévio na Santa Casa chega a 32, agravando ainda mais a situação.
A fim de saber a posição do Sindicato frente à situação, a reportagem do Correio do Pampa conversou com o médico traumatologista Danilo Soares, diretor do Simers, que contou sobre as medidas que o Sindicato vem adotando para que os atendimentos à população não sejam interrompidos e, por outro lado, os profissionais venham receber pelos serviços prestados.
De acordo com Danilo Soares, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul recebeu pedido de auxílio dos médicos de Livramento, referente aos atrasos salariais, relativos aos períodos de 2016, 2017, 2018, 2019, dezembro de 2020 no período de transição do governo do ex-prefeito Solimar Charopen e Ana Tarouco, 45% do mês de abril e o mês de maio integral de 2022.
“Nesta conjuntura dos fatos, os médicos da Santa Casa entraram em contato com o sindicato querendo saber alguma resolução. Foi realizada uma assembleia e neste momento, ficou definido a interrupção das cirurgias eletivas e a entrega de aviso prévio”, frisou.
Na semana passada, eram em média 14 médicos com pedido de aviso prévio entregue, porém nesta semana, já se somam 32 profissionais com o mesmo desejo de desligamento da instituição, sendo que a Santa Casa conta, atualmente com aproximadamente 50 profissionais.
“Isso nos preocupa muito, enquanto sindicato médico, primeiro pela questão da desassistência da população de Livramento. Esta é a nossa maior preocupação, óbvio que existe a defesa da categoria, os médicos estão reivindicando uma coisa plausível a todos nós, que é receber pelo trabalho realizado”, frisou.
O diretor do Simers disse ainda que já foram efetuados os ofícios e comunicações aos entes públicos, como CRM, Prefeitura Municipal, Secretaria de Saúde, Conselho Municipal de Saúde e Ministério Público, sendo que na terça-feira (28), houve uma reunião com o MP a fim de encontrar uma solução para a situação. Danilo Soares informou que o Simers está totalmente aberto a negociação, buscando algum tipo de acordo que vise o pagamento a fim de que a comunidade não arque com o problema, ficando sem assistência médica.
“Isso é uma responsabilidade de quem governa a cidade, já que o hospital está sob intervenção da administração, mas também é uma responsabilidade Estadual e Federal, e devem achar uma solução para que tudo volte ao seu devido curso”, pontuou.
Exigências
Além do pagamento do passivo dos anos em atraso, que incluem o período de 2016 a 2020, mais os meses pendentes de 2022, os profissionais solicitam que, em caso de não haver pagamento ou parcelamento destes valores, que a Santa Casa reconheça a dívida, através de documento.
Especialidades em aviso prévio
Entre as especialidades que já manifestaram interrupção nos contratos, com entrega de aviso prévio estão cirurgiões, anestesistas, traumatologistas, pediatras, clínicos gerais e profissionais do Pronto Socorro, completando a lista de 32 profissionais.
“Alguns profissionais tem menos de 30 dias para atuar dentro do hospital, pois entregaram seus pedidos anteriormente, e estamos correndo contra o tempo para tentar solucionar este problema, sempre pensando na população e na preocupação com a falta de atendimento à mesma. Lembrando que as decisões passam pelos gestores públicos”, discorreu.
Negociação
Danilo Soares explicou que o Simers, não só em Livramento, mas em toda região Central e Fronteira Oeste, sempre esteve aberto a negociações e diálogo.
“A maternidade da Santa Casa quase fechou há tempo atrás, e só não fechou porque o Simers agiu junto a profissionais médicos para atender a comunidade. São vários exemplos na região desta parceria entre o sindicato e as instituições hospitalares. Somos altamente abertos a conversas entre os entes públicos e gestores da Santa Casa”, discorreu.
Conforme o diretor do Simers, Danilo Soares, atualmente não há nenhuma reunião marcada para tratar sobre o assunto, apenas informações de que não existem valores disponíveis para pagamento dos profissionais.
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