Nos últimos dias, a Santa Casa chegou à situação que era motivo de preocupação da diretoria e equipe, trabalhar com 100% da ocupação de leitos Covid. O limite de ocupação, de acordo com a diretora-geral Leda Marisa, foi atingido em alguns dias, e muda rapidamente.
“É comum que tenham altas todos os dias, mas também é muito mais comum que tenham as baixas, tem sido em maior número que as altas e isso evidencia uma constatação de que estamos com um alto índice de contaminação na cidade. Na segunda-feira, atendemos 93 pessoas, se 5% precisassem internar, seria um número além do que tínhamos capacidade, aquele dia estávamos com 100%”, contou.
Hoje o hospital conta com 24 leitos de enfermaria Covid e dois leitos de UTI, que se mantêm integralmente ocupados na maioria dos dias. “Temos pacientes entubados no Pronto Atendimento, pacientes em observação na porta de entrada Covid e está se configurando o que eu poderia chamar de um hospital Covid. Hoje majoritariamente estamos envolvidos em administrar esse fluxo de pacientes Covid que precisam ser internados, estamos nos deparando com o limite da nossa capacidade estrutural para esse paciente, que é um paciente que precisa ficar isolado e precisa de equipe específica”, afirmou Leda.
A diretora-geral da instituição contou à reportagem que estão em tratativas para aumentar o número de leitos e passar a disponibilizar o total de 10 leitos de UTI Covid e 29 leitos de enfermaria Covid. “Estamos caminhando com a participação da comunidade, mas estamos nos deparando agora com outro aspecto, que é a dificuldade de obter medicamentos para o paciente entubado. Semana passada isso ficou bem ilustrado quando conseguimos um empréstimo com o COMERI, porque nós estávamos no limite de ficar sem. E, estávamos orçando esse medicamento no mercado brasileiro para 10 dias, só um medicamento, para seis pacientes entubados, custaria 117 mil reais. É um sedativo para manter o paciente entubado em tratamento Covid”, relatou.
Com isso, além da dificuldade estrutural, com a ocupação de leitos, continua uma crescente dificuldade para obter os medicamentos necessários para atender a esses pacientes, apesar dos esforços junto à comunidade.
Leda Marisa revelou ainda que o consumo de oxigênio no hospital praticamente triplicou em 45 dias. “A Santa Casa, enquanto hospital, tem a dimensão de que é o último elo desta corrente, as pessoas precisam se cuidar, evitar o contágio, porque assim evitam de adoecer e desenvolver a doença, muitas que desenvolvem a doença precisam internar e nós estamos nos deparando com esses fatores, capacidade física e também o custeio dos medicamentos necessários”, ressaltou.
Ela destacou que este é um momento de apreensão por estarem com o hospital que, apesar de por um lado “vazio” de pacientes de outras necessidades, conta com a área Covid lotada, pacientes que não reagem ao tratamento e ficam muitos dias internados, muitos óbitos, a equipe cansada e existir o risco de não possuir os sedativos fundamentais para entubar um paciente e mantê-lo em ventilação mecânica.
Os pacientes Covid que são indicados para internação pelos médicos passam por uma fila de espera, que normalmente se dá dentro do hospital, na sala de observação ou no Pronto Atendimento, já na área hospitalar, mas sem espaço adequado para internação, até ter um leito liberado.
Quando seis, dos 10 leitos que estão sendo planejados, forem plenamente compostos, o hospital irá acionar a 10ª Coordenadoria e credenciar os leitos, em seguida irá contratar a equipe e disponibilizar para o público.
Mais uma preocupação agora é quanto ao feriado que se aproxima: “a gente teme, porque tem observado os picos sempre logo na sequência de datas de aspecto cultural. Há uma tendência de que na sequência do feriado de páscoa haja um aumento, e ficamos muito apreensivos”.
Durante as últimas semanas a média de atendimentos na porta de entrada Covid foi de 76 por dia. E, entre tantos fatores preocupantes com relação ao atendimento Covid, ainda existem preocupações quanto aos atendimentos de outras situações. Leda Marisa contou que outro aspecto em que os hospitais de interior se deparam é a capacidade e poder de alta resolução de todos os casos, porque não estão conseguindo remover pacientes para outras complexidades. “E esse é um desafio enorme, também conseguir priorizar o pleno atendimento de toda e qualquer outra situação”, ressaltou.
Deixe um comentário
Warning: array_merge(): Expected parameter 1 to be an array, int given in /home/correiodopampa/www/wp-content/plugins/paid-memberships-pro/includes/content.php on line 266