Santa Casa assumirá diálise aguda dos pacientes internados na UTI

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Nesta semana, a Prefeitura Municipal divulgou a notícia de que a Santa Casa iniciaria o tratamento de diálise aguda dos pacientes, diante disso, a reportagem do Correio do Pampa conversou com a diretora geral do hospital, Leda Marisa, a fim de saber mais sobre o assunto.

Leda Marisa contou que a Santa Casa tem responsabilidade com os pacientes com insuficiência renal aguda, internados na UTI e que precisam do tratamento.

“Este serviço vinha sendo prestado pela Cardio Nefroclínica, a qual tinha uma máquina no local e oferecia diálise para estes pacientes. Como entendemos que a Santa Casa precisa caminhar por meios próprios, locamos uma máquina, para atender pacientes na UTI com insuficiência renal aguda”, explicou.

O equipamento, conforme Leda Marisa, locado neste primeiro momento até que sejam compradas todas as máquinas necessárias, está sendo testado e as equipes passando por treinamento para utilização do mesmo.

Quanto ao contrato com a Cardio Nefroclínica, a diretora do hospital informou que o mesmo é para atendimento dos pacientes crônicos, que regularmente fazem hemodiálise.

“A empresa sinalizou e escreveu ao Executivo Municipal não ter mais interesse neste serviço, e agora o gestor está aguardando que o Estado indique para onde estes pacientes serão removidos. A Santa Casa está se preparando para suprir a demanda dos pacientes na UTI”, frisou.

Notificação

Leda Marisa disse à reportagem que, através de medida judicial, a Santa Casa notificou a Cardio Nefroclínica, ficando a empresa comprometida a prestar o serviço até o dia 15 de outubro e, até o dia 15 de novembro, desocupe o prédio onde está instalada.

“O que justificava a utilização do prédio era a contrapartida da equipe de sobre aviso que atendia diuturnamente o hospital da diálise de agudos, que se dá por conta da urgência e emergência, como estamos caminhando para a autossuficiência da diálise na UTI, com base nesta leitura, notificamos a empresa para que, em 60 dias, contados a partir do 15 de setembro quando foi notificada, desocupe o prédio”, discorreu. O teor da notificação, emitida em 15 de setembro tem por datas o prazo de 15 de outubro para a empresa deixar de atender os pacientes agudos e, em 15 de novembro, a desocupação das instalações. O outro fato, referente ao atendimento dos demais pacientes, está sob a responsabilidade do gestor de saúde, e não envolve o hospital, informou Leda Marisa.

Hospital inaugura sala para realização de endoscopia

Essa semana, foi inaugurada na Santa Casa de Misericórdia o espaço onde, em breve, serão realizados os procedimentos de endoscopia, dentro do projeto de autossuficiência do hospital para atendimento de pacientes internados.

De acordo com Leda Marisa, em  aproximadamente 30 dias, o hospital poderá já estar oferecendo o serviço para os convênios e internados, buscando também, a cota de pacientes que o Município tem em Alegrete para estes exames, evitando que os mesmos sigam viajando para atendimento.

“Este equipamento, adquirido com recurso do Corede, estava no hospital desde 2014, e a área em que hoje está instalado o serviço também estava ociosa, então transformamos este espaço em um local para isso. Oferecer um serviço ao paciente internado, diretamente pelo próprio hospital e evitar que as pessoas sejam removidas para outro Município é um fator bem relevante”, explanou.

Autossuficiência nos serviços da Santa Casa está entre os projetos do Governo

“Nossa caminhada é por sermos autossuficientes em todos os serviços que quisermos oferecer aos nossos pacientes, sem precisar pagar à terceiros”, pontuou.

Leda Marisa contou à reportagem que existem dois projetos, em andamento que serão referência na região, caso os mesmos passem pelas formalidades necessárias.

“Nosso propósito no hospital é torná-lo autossuficiente, para que tenha autossuficiência dos serviços, derivando uma melhor condição financeira para que, no futuro, possa ser autônomo. A partir da autonomia a instituição consegue se desfazer da intervenção e caminhar pelas próprias pernas”, contou.

Hospital ainda opera com déficit financeiro devido à falta de reajuste nos repasses

Atualmente a Santa Casa ainda encontra dificuldades na parte financeira, devido aos altos custos de alguns insumos e serviços, recebendo como repasse os mesmos valores e pagando aos fornecedores valores reajustados.

“Os valores repassados pela União, Estado e Município não tiveram reajuste, mas os custos cresceram em função da economia e do mercado. Caminhamos ainda com muita dificuldade, apesar de termos racionalizado algumas despesas, ainda operamos com déficit negativo”, disse.

Quanto a relação entre a Santa Casa e os funcionários, a diretora Leda Marisa disse que vem conseguindo manter uma relação muito boa com todos. “Conseguimos com apoio do Poder Legislativo, colocar recursos na Santa Casa e assim, quitar os desligamentos dos servidores feitos em 2021. Mantemos uma relação boa com o sindicato, e queremos, a longo prazo, regularizar todas as questões trabalhistas com os funcionários”.

Leda contou que seguidamente mantém reuniões com as equipes, ouvindo as explanações e respondendo aos questionamentos.

“Entendo que estamos fazendo uma gestão colegiada, sentimos a insuficiência de recursos para colocar todas as questões financeiras em dia”, finalizou.

Contraponto

Procurada pela reportagem do Correio do Pampa, para falar sobre a notificação recebida, a diretoria da Cardio Nefroclínica informou que, no momento prefere não falar sobre o assunto até que todas as questões estejam encaminhadas.

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