Safra 2023 é caracterizada pela excelência das uvas e grande produção nas vinícolas

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A colheita da uva, na maioria das vinícolas, está encerrando no mês de março, com uma safra caracterizada pela quantidade e qualidade das uvas, propiciando a elaboração de excelentes vinhos brancos e tintos.

As vinícolas localizadas na Fronteira Livramento e Rivera, Cordilheira de Sant’Ana, Almadén, Almabaska e Viñas del 636 comemoram os resultados obtidos este ano, e contaram para a reportagem do Correio do Pampa o trabalho desenvolvido nos vinhedos e o planejamento após a vindima. A Bodega Cerro Chapéu, até o fechamento da edição, não havia retornado o contato.

Vitivinícola Cordilheira de Sant’Ana

De acordo com o gerente e agrônomo da Cordilheira, Afrânio Moraes, este ano, como no ano passado, houve estiagem que propicia uma maturação de qualidade nas uvas, então a safra desde ano, será marcada por uvas de excelente qualidade, em uma quantidade normal, nem abaixo e nem acima da previsão, mas com uvas equilibradas, com teor de açúcar bastante alto e acidez desejada, que combina com a quantidade de açúcar presente na baga da uva.

Na Cordilheira normalmente se colhem cerca de 180 toneladas, e é o que está previsto para este ano. “Hoje estamos colhendo as últimas uvas, da variedade Tannat, com uma qualidade estupenda, que particularmente não tinha visto na região, uma uva com este teor de açúcar e acidez presente, equilibrando a uva totalmente, uma uva muito sadia que propiciará um vinho de extrema qualidade”, frisou.

A Cordilheira de Sant’Ana possui 20 hectares plantados, com 08 variedades de uvas, entre brancas e tintas, realizando a colheita toda de forma manual, feita de forma planejada de acordo com o estado de maturação das uvas, produzindo vinhos mais elaborados e finos.

Afrânio Moraes contou que, terminando a colheita, o vinhedo é imediatamente preparado para a próxima safra, realizando todo o tratamento, seja de manutenção, estrutura física do vinhedo, correção de solo, limpeza e os tratos culturais iniciam agora. “Temos todo o ano para planejar e executar, mas são todas etapas importantíssimas que vão culminar na colheita de 2024. Saliento que na Cordilheira, temos todo o processo dentro da vinícola, engarrafando os vinhos no próprio local. Realizamos todo o processo, desde a produção até a finalização com o vinho embalado, aqui em Livramento, optando por engarrafar na origem, traduzindo em qualidade do vinho”, finalizou.

 

Viñas del 636

Conforme Thiago Gutierrez, proprietário e enólogo da Bodega Artesanal Viñas del 636, em Rivera, a safra de 2023 foi muito boa, pois choveu nos momentos certos, na parte vegetativa houveram chuvas que ajudaram no desenvolvimento da planta e depois, na fase de desenvolvimento do cacho, choveu nos momentos certos, finalizando com déficit hídrico que aumentou muito a qualidade da uva. Como as plantas da 636 estão na fase adulta, com mais de 20 anos, produzindo poucos cachos, o que proporciona a produção de vinhos bem concentrados com toda a qualidade da fruta.

Nesta safra foram colhidos cerca de 10 mil quilos de uvas, com uma média de produção de 6 a 8 cachos por planta, em uma área de 4,5 hectares.

“Já colhemos todas as variedades, nossa safra inicia muito cedo, começamos a colher em meados de janeiro. A uva de vinho terminamos de colher no final de fevereiro, então terminamos a safra há um bom tempinho já”, contou. A vindima iniciou com a uva branca, Sauvignon Blanc, que é a primeira uva, logo após foi feita a colheita das uvas tintas. Repetindo o que foi feito em 2018, a vinícola conseguiu colher este ano as três qualidades tintas, Merlot, Tannat e Carbernet Sauvignon no mesmo dia, sendo que o normal seria iniciar pela Merlot, após 7 dias o Tannat e mais 7 dias o Cabernet. “Nossas uvas tintas se adiantaram tanto que coincidiram as maturações, e conseguimos elaborar um vinho que resulta de uma fermentação em conjunto, que se chama Co fermentado, e isso nos alegra muito. Desde 2018 estamos tendo safras muito boas, com grau alcóolico bastante elevado, muita fruta e muito sabor concentrado”, explicou.

Thiago explicou que, após a vindima, se tenta preservar o máximo possível da folha, para que a planta reserve nutrientes que utilize para a próxima brotação.

 

 

Vinícola Almadén

A vinícola já finalizou a safra e colheu aproximadamente 4,5 milhões de quilos de uvas, sendo o vinhedo de maior extensão é da variedade Cabernet Sauvignon, com colheita de 87 hectares e produção de 900 toneladas de uva.

A Vinícola Almadén possui 450 hectares plantados em espaldeira, em uma propriedade de 1200 hectares em Livramento, colhendo na totalidade do vinhedo.

Após a vindima, no mês de abril a maioria dos funcionários saem de férias, e o vinhedo entra em dormência. No mês subsequente iniciam os processos de limpeza e manutenção das estruturas em espaldeira e do vinhedo. Em junho, são realizados os processos de poda, retirada de galhos e manutenção das plantas, preparando a mesma para a nova safra.

 

 

Almabaska

A empresa possui 17,5 hectares de uvas viníferas em Palomas e na Florentina, colhendo nesta safra 140 mil quilos de uva, encerrando a colheita na primeira quinzena de março. Quase que a totalidade da uva, é vendida para vinícolas da Serra Gaúcha, mandando vinificar aproximadamente 5 mil quilos para os vinhos Almabaska.

“A safra 2023 foi excepcional, e proporcionará a produção de excelentes vinhos e espumantes”, frisou Célia Luisa Arteche Escostegui, sócia da empresa.

Além dos vinhos, no Pé do Cerro, em Palomas, a empresa possui 8 hectares de oliveiras, com uma estimativa de produção em torno de 10 mil quilos este ano, encerrando a colheita nesta sexta-feira (24).

De acordo com Célia Luisa, a empresa não comercializa as azeitonas, e o azeite de oliva Pé do Cerro está sendo elaborado por Fernando Rotondo, da Olivo Pampa.

A Almabaska elabora vinhos nas variedades Chardonay, Tannat, Arinarnoa, Merlot e Pinot Noire, espumantes Arlekina, Branca Brut, Rose Brut e Nature, além dos azeites filtrados e novello (sem filtrar), com as variedades de azeitonas Arbosana, Koroneiki e Arbequina.

Os vinhos podem ser adquiridos em Livramento e Porto Alegre, pelo telefone (55) 984029510 e pelo aplicativo Canela do Mato.

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