Protetoras independentes destacam o aumento do abandono de animais que tem ocorrido nos últimos anos

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Dando continuidade à série de reportagens sobre histórias de protetoras independentes de animais de Livramento, as protetoras Viviane Miranda, Flavia Bonatto e Juliana Silva, contaram a importância de ajudar esses animais que infelizmente muitas vezes acabam sofrendo maus tratos.

Viviane Miranda

Ela conta que toda a sua vida foi apaixonada pelos animais e sempre ajudou de alguma forma algum animal que aparecia perto de sua residência. Segundo ela foi a partir de 2016 que começou a surgir mais animais a cada dia que passava e sempre que podia lhes ajudava, fazendo o que estava ao seu alcance, tendo como apoio a sua amiga que tinha o mesmo amor pelos animais.

“Hoje em dia somos um grupo de amigas, que nós chamamos de petloucas, que formaram o grupo Focinhos de Santana e estamos trabalhando mais ativamente pra ajudar animais em situação de abandono e maus tratos”, relatou.

Ela explicou que no geral quando resgata o animal, se consegue um lar temporário e lhe trata, posteriormente ele é encaminhado para a doção, mas a maior dificuldade sempre é conseguir um lar temporário.

“Conseguimos a ajuda pra pagar o tratamento e alimentação dos animais, mas conseguir os lares temporários e as adoções responsáveis está cada vez mais difícil, até porque hoje não é só animais sem raça definida que encontramos nessa situação, mas também vemos muitos animais de raça”, disse.

Segundo ela a melhor parte de ajudar esses animais sempre é poder ver o animal recuperado, e tendo uma nova oportunidade de vida, em seu bairro ela procura castrar as fêmeas, de pessoas que não tem condições, fazendo campanhas com madrinhas.

Flávia Bonatto

Flavia Bonatto destacou que iniciou o trabalho como protetora de animais em 2012, sendo protetora independente, contando com a colaboração de algumas pessoas e ajuda de algumas protetoras, companheiras da causa, dependendo das situações e necessidades.

“Já ajudei centenas de animais, não saberia enumerar, foram muitos, a maioria deles foram adotados ou encaminhados para lares temporários, isso quando se consegue, porque é bem difícil, até serem adotados”, relatou.

Segundo ela, só possui o apoio de alguns amigos e conhecidos, porque as maiores dificuldades que possui é a falta de apoio do poder público, a falta de projetos de castração e um lugar para onde encaminhá-los, além da impunidade nos casos de maus tratos e abandonos.

“A melhor parte de trabalhar com animais, primeiramente, é o amor incondicional deles por nós, é quando salvamos uma vida, é quando olhamos no olhar de cada um desses animais o pedido de ajuda e nós podendo ajudá-los, é quando encaminhamos eles para um lar consciente e responsável para que eles possam ter uma vida digna e ser feliz. É o prazer de ajudar, de fazer o bem para um animalzinho que precisa da nossa ajuda e de ver a recuperação e a felicidade dele, além de ter a consciência tranquila de fazer a minha parte, de saber que não desisti deles, de me sentir viva e ter o coração️ em paz”, citou.

Ela explica que o lado ruim é quando não consegue chegar a tempo de salvar o animal, por falta de recursos, por falta de ajuda, que não consegue um transporte uma condução ou quando demora para conseguir algum medicamento, além de ter que pagar os tratamentos e cirurgias.

“O abandono e os maus tratos aumentaram muito, achávamos que iria ser o contrário que as pessoas iam adotar mais, mas não foi o que ocorreu, infelizmente as pessoas  abandonaram mais, muitas vezes por não ter como sustentar o animal, mesmo assim isso não se justifica porque, é possível pedir ajuda”, falou.

Juliana Silva

Juliana Silva começou a ajudar e resgatar os animais em 2015, porém no momento não resgata mais, porque não tem condições, já que ninguém lhe ajuda. “Tenho 21 cachorros resgatados e o destino deles geralmente é sempre doar para um lar responsável que de preferência castrem eles, por isso sempre acompanho cada adoção, agora faz bastante tempo que não tenho conseguido doar nenhum cachorro. Além disto não tenho mais espaço para eles, porque não recebo ajuda de ninguém da comunidade”, contou.

Segundo ela a melhor parte de ajudar esses animais é poder olhar para o olhar desses bichinhos lhe pedindo ajuda, e poder ajudar tirando da rua e poder dar um teto no dia de chuva.

“Muitos animais que resgatei estavam com bicheira e eu sempre curava os ferimentos ferimento, além disto já resgatei animais atados em terrenos sem água e comida. Graças a Deus não tem aparecido nenhum no meu caminho, mas sempre carrego comida e água no carro, se por acaso eu ver algum animal na rua que não tenha dono e esteja mau cuidado, já deixo a ração e água para ele”, destacou.

Ela explicou que já passou mais de 120 cães pela sua residência, e que a um tempo atrás era fácil realizar a doação, mas no momento está muito difícil, devido ao aumento dos abandonos.

“Aqui no meu bairro mesmo tem várias cadelas que vacino para que não deem cria, porque sei o destino que esses filhotes iriam ter, seriam abandonados ou até iriam morrer ao nascer”, finalizou.

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