Governo Municipal se dedica à elaboração do orçamento dos próximos quatro anos

Essa semana, a reportagem entrevistou a prefeita Ana Tarouco com o intuito de fazer um balanço de seus primeiros meses de gestão, quais têm sido os principais desafios e os maiores ganhos desse novo governo. Confira:

CPAMPA: Esses primeiros meses têm sido de muito trabalho?

Ana Tarouco: Temos algumas dores de cabeça, tropeçando em várias situações que foram sendo deixadas ao longo dos anos, estamos fazendo enfrentamentos dolorosos mas necessários para que corrijamos a rota de algumas questões que entendemos não estarem sendo bem conduzidas. Estamos trabalhando para a melhoria de arrecadação do Município, que é ruim e reflete nos investimentos que o Município pode fazer, dependendo quase exclusivamente de recursos do Estado e da União. Com base nisso, temos que lançar mão desses recursos com todos que queiram somar e aportar recursos. Fizemos viagens a Brasília, Porto Alegre, contato com deputados e senadores de todos os partidos porque não temos esse viés partidário. A eleição já passou e agora temos uma cidade para governar.

CPAMPA: Quais setores mais demandaram atenção nesses cinco meses?

Ana Tarouco: Saúde que obviamente é uma questão à parte, principalmente se falarmos de Santa Casa e pandemia. Também temos a infraestrutura rural, questão de escoamento da safra, temos nos debruçado em cima dessas demandas de muitos anos, trabalhando com orçamento que não é nosso, que foi aprovado ano passado e enfrentamos várias limitações, especialmente na infraestrutura. A infraestrutura urbana também precisa mas não requer tanto aporte como no campo, que tem a problemática das estradas rurais, algo de complexa solução. Também temos a questão da gestão interna administrativa, organização dos setores, reorganização dos processos, novos procedimentos, novas formas de atuar. A desorganização era um fator bem presente.

CPAMPA: Qual área gostaria de ter atendido e ainda não conseguiu?

Ana Tarouco: Projetos que ainda não puderam ser colocados em prática por tempo ou por falta de condições estruturais. Trabalhamos com prioridades que mudam rapidamente a depender de algumas demandas. Gostaria de ter começado o governo de outras formas, mas a Santa Casa demandou grande atenção de início. Estamos debruçados sobre a peça orçamentária que vai ditar os próximos quatro anos de governo para que consigamos fazer realizações prometidas na campanha.

CPAMPA: As agendas fora do município têm trazido bons resultados?

Ana Tarouco: Sim, já trouxeram resultados palpáveis e outros que demandam mais tempo. Quando estivemos com o presidente, o orçamento da União não estava aprovado então não dava para trazer o recurso, trouxemos a expectativa mas julgamos bastante positiva por várias razões, até pelo estabelecimento de outras agendas que ficaram engatilhadas para um outro momento. O Município tem alguns passivos que precisam ser organizados até mesmo para que sejam liberados mais recursos. O fato de estarmos “negativados” em alguns cadastros do Governo Federal nos impedem de receber recursos, estabelecer parcerias e estamos trabalhando para buscar uma solução que não é rápida nem fácil, temos obras inacabadas que precisamos devolver recursos, os quais não existem mais, isso são problemas macro que a administração enfrenta e que são debatidos justamente para que possamos ter um horizonte melhor. Uma cidade em que uma obra de saneamento básica demora 14, 15 anos para ser concluída é algo muito ruim, nos coloca num rol de cidades ineficientes e precisamos mudar isso.

CPAMPA: A comunicação via redes sociais facilita aproximação do governo com a comunidade?

Ana Tarouco: Trabalhamos muito que não conseguimos nos comunicar tanto. As redes sociais são um veículo rápido e fácil, mas não uma escolha da administração. Sou mais próxima das redes sociais e acredito que isso facilita, mas não é uma prioridade. Estamos aqui sempre à disposição de todo e qualquer mecanismo de divulgação seja ele falado, escrito ou de redes.