Famílias relatam ameaças sofridas para saírem do local onde residem

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Essa semana, uma família santanense, moradora no bairro Wilson, utilizou das redes sociais para relatar que teve sua casa, localizada na Rua Jornalista Mario Toscano Barbosa, derrubada por funcionários da Prefeitura Municipal.

Segundo relatado pela dona de casa Patrícia, ela e os filhos pequenos haviam construído a residência, e agora, estavam sem ter onde morar após a retirada do imóvel do local.

O fato acabou sendo levado para discussão pelos vereadores durante sessão na Câmara, os quais questionaram a ação do Governo Municipal na retirada da moradia.

A reportagem do Correio do Pampa esteve no local, conversando com o senhor Fábio, morador da Rua Mario Toscano, no Wilson, vizinho à residência derrubada, que relatou o problema que os moradores do local enfrentam, com as ameaças de retirada deles do local.

“Desde março deste ano viemos sofrendo ameaças, com três ordens de despejo expedidas de dentro da Prefeitura. Todos os moradores, inclusive a pessoa que teve a casa demolida ontem, possuímos cadastro junto à Secretaria de Planejamento, a qual nos assegurou que nada aconteceria com as famílias e, caso viesse a acontecer algo, todos seriam notificados antes. Não tomamos conta do terreno de ninguém, adquirimos regularmente quando nos foi doado”, relatou.

Fábio conta que os moradores estão receosos de sair de casa porque não sabem se, ao voltar, encontrarão suas residências inteiras. Os moradores possuem número predial, com luz elétrica e água ligadas, além de possuírem documentação comprovando que o local nunca foi invadido, e sim, doado aos mesmos na gestão passada.

“É a primeira vez que tivemos três casa demolidas no mesmo dia, enfrentamos há tempos uma pressão psicológica, porque não temos certeza se, ao amanhecer, teremos nossas casas. As residências não foram construídas em mata nativa”, declarou.

Atualmente, na Rua Jornalista Mario Toscano Barbosa, na parte de cima da rua, existem 09 famílias residindo há um ano e meio, além de 28 famílias que residem na parte de baixo da rua, há aproximadamente 30 anos, e estão sofrendo pressão para retirada das residências.

 

Contraponto

Procurada pela reportagem para esclarecer os fatos, a secretária de Planejamento disse que irá se manifestar nos próximos dias.

O Procurador Municipal, Felipe Vaz, informou que não foi retirada nenhuma habitação, mas sim, as marcações de alguns lotes que estavam iniciando uma ocupação e algumas construções que não estavam terminadas, mas nenhuma casa que estivesse ocupada.

“A orientação é que, se alguma construção já estivesse com pessoas habitando, era para ser realizada a análise e o levantamento da situação para judicializar. As marcações e início de construções, foram retirados ante a necessidade de preservação do patrimônio público e no exercício do poder de polícia da administração, que não pode ser inerte nestas situações”, destacou.

 

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