Dia Mundial da Prematuridade chama a atenção para a situação
No dia 17 de novembro é comemorado o Dia Mundial da Prematuridade, em que através do chamado Novembro Roxo são feitas diversas atividades para chamar a atenção da população para a questão.
A reportagem conversou com a enfermeira da maternidade, pediatria e berçário da Santa Casa de Misericórdia, Caroline Alves Gomes, que contou que embora muitas pessoas não saibam, essa é uma situação que acontece muito. De acordo com ela, a cada 10 gestantes, uma criança nasce prematura, o Brasil está no 10º lugar de prematuridade no mundo e a cada ano no Brasil nascem 340 mil crianças prematuras.
Por não ter uma UTI neonatal em Sant’Ana do Livramento, assim que nasce uma criança prematura no hospital, é feita uma avaliação e cadastro na Central de Leitos do Estado, e então entra para uma fila de espera que depende da gravidade. “Preferimos transferir essas crianças para locais mais próximos porque o transporte é arriscado, então cuidamos para que a gente possa chegar na UTI com mais brevidade”, contou Caroline.
São consideradas prematuras as crianças com até 36 semanas e 6 dias, e a enfermeira destaca a importância do pré-natal e cuidados básicos para evitar a prematuridade, como não consumir álcool, drogas, estresse, apesar de existirem outros fatores como hipertensão arterial que podem causar a prematuridade.
No hospital, segundo a enfermeira, nascem cerca de 4 prematuros por mês, mas já chegou a 10. “Nós procuramos fazer o nosso melhor à medida que a gente pode. A importância de ter uma UTI neonatal é pelos próprios números, temos várias transferências e óbitos neonatais por não conseguir transferir, é um problema geral. Temos que nos engajar juntos e buscar uma UTI para dentro de Sant’Ana do Livramento para que a gente possa manter essa criança conosco”, ressaltou.
Pensando na data, a equipe desenvolveu uma campanha nas redes sociais em que todos os dias são postados relatos de mães que tiveram filhos prematuros e contaram com o apoio da equipe da Santa Casa. “Como somos muito apontados, eu achei que seria um conforto e serviria para mostrar para as funcionárias que somos uma equipe e conseguimos fazer um bom trabalho”, contou.
Também foi feita uma decoração na ala alusiva à data e a equipe utilizou camisetas com o tema, tudo adquirido com parcerias.
“Não precisamos sofrer a dor para aprender a valorizar. Que a gente não precise enterrar um filho para saber o quanto seria importante termos uma UTI. Isso é muito complicado, cada vez que temos que dizer para uma mãe que a criança não sobreviveu, dói muito. Ninguém sabe o quanto a gente chora na sala depois. E é muito mais fácil as pessoas apontarem do que se colocarem no nosso lugar. Uma UTI neonatal não depende de mim, depende de uma série de fatores políticos, sabemos que não é fácil, é um investimento bastante grande, mas que valor tem a vida do teu filho? A gente que é mãe sofre muito com isso, eu dou o meu melhor no meu trabalho, mas não depende só de nós”, pontoou.
Relato
O jornal Correio do Pampa selecionou um dos relatos divulgados na página do Facebook do hospital, confira:
Anjos certos em momentos incertos
Considero a gravidez o momento mais feliz e importante na vida de uma mulher. E nenhuma gestante imagina que seu bebê poderá nascer antes do previsto. Quando completei 36 semanas, minha bolsa rompeu.
Graças a Deus, ao Dr Pedroso e a toda a equipe da Santa Casa, que nos atendeu com muito carinho, tudo deu certo.
Mamães que passam por isso, tudo é aprendizado, amadurecimento e tudo tem um propósito. Nos prova que nossos frágeis bebês são fortes e guerreiros. Exemplos de garra e força.
E os profissionais da saúde são anjos que passam pela nossa vida nos momentos mais incertos.
– Fabiana Bitencourt Canabarro, mamãe do Nestor Neto, hoje com 2 anos e meio
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