Ainda sem definição sobre a normalidade dos atendimentos médicos em algumas especialidades na Santa Casa de Misericórdia, a instituição hospitalar segue atendendo apenas urgência e emergência, através de liminar expedida pela Justiça, frente a crise enfrentada pela demissão dos profissionais.
Para entender a situação atual, é necessário retomar os acontecimentos, iniciados em 20 de junho, quando vários profissionais entregaram seus avisos prévios, desejando o rompimento dos contratos com o hospital. A partir do término dos serviços, e a eminência de ficar sem atendimento médico, a direção do hospital e o Executivo ingressaram na Justiça com ação a fim de manter os serviços. A partir daí, foi expedida liminar para continuidade de urgências e emergências até o momento, enquanto a situação ainda está indefinida.
De acordo com a diretora geral do hospital, Leda Marisa, apenas no primeiro dia, enquanto a urgência e emergência não haviam sido implementadas, é que foi necessário remover dois pacientes, porém após a vigência da liminar, nenhum paciente precisou ser removido da cidade.
“As remoções acontecem por outros fatores, como a busca de especialidades e referências em outros municípios como já acontece normalmente, e não por urgência e emergência. Se por um lado existe uma situação constrangedora dos médicos estarem trabalhando via liminar e cumprindo integralmente a condição de preservar a capacidade do hospital, paralelo a isso, continuamos tramitando, junto ao MP, um modo de negociar e retomar a regularidade dos serviços”, explanou.
Leda Marisa explicou que a Santa Casa vem executando o que cumpriu junto ao Ministério Público, remunerando o mês de maio para os médicos, inclusive aos 14 demissionários que atuam em liminar, em seguida será pago o mês corrente.
A diretora do hospital contou que as dificuldades persistem, principalmente com a não realização das cirurgias eletivas que já estavam agendadas, fazendo com que os pacientes aguardem o restabelecimento do serviço.
“Além do prejuízo para o paciente em não poder realizar suas cirurgias, a médio prazo a falta deste serviço poderá implicar na redução de recursos para o hospital, pois temos metas a cumprir. Esperamos que, tão logo consigamos regulamentar o serviço e retomar os contratos, possamos cumprir as metas e garantir os recursos para o exercício futuro”, contou.
Sobre as negociações, Leda Marisa disse que as propostas não foram aceitas pelos profissionais, através do sindicato, e por falta de recursos financeiros não foi possível refazer a mesma. Sobre novas reuniões, a diretora do hospital informou que a última reunião na qual participou foi no dia 08 de agosto, e provavelmente nos próximos dias seja chamada para uma nova conversa.
“Nos preocupamos constantemente com a situação da saúde em Livramento, já que as negociações não avançam e a proposta segue inalterada”
Sobre a situação dos atendimentos na Santa Casa de Misericórdia e as negociações entre a classe médica, Executivo e o hospital, o diretor de interior do Simers, Luiz Alberto Grossi disse que a categoria externa preocupação constante com a situação apresentada até o momento.
“A proposta feita há um mês permanece inalterada, pedimos os salários de dezembro parcelado em 7x até o fim do ano, e o pagamento integral dos salários de maio e junho, mês este que parece já ter sido pago, porém não é o acordo feito pelo Simers. Parece que a Santa Casa ignora a proposta feita pelos médicos, seguindo à risca o que querem como se ninguém tivesse participado desta interlocução. A prefeita e a gestora da Santa Casa afirmam que estamos mantendo as reuniões com eles e a Promotoria Pública, mas isso não é verdade, pois nunca mais fomos chamados nem pela Prefeitura, nem pelo hospital e nem pelo MP, não sendo acrescentado nada a mais do que foi decidido na última assembleia dos médicos”, disse.
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