Com 50 anos de carreira, músico é escolhido patrono dos Festejos Farroupilhas
“A música e o canto são a forma mais sutil de chegar ao coração das pessoas, porque muitas vezes, ao invés de um grade discurso, uma bela canção resolve muito mais”, Adair de Freitas.
Este ano os Festejos Farroupilhas do Estado e de Livramento terão como patrono um dos nomes que é sinônimo de tradição: o músico, cantor e compositor Adair de Freitas, natural de São Gabriel, mas que escolheu Sant’Ana do Livramento como sua morada, sendo reconhecido como cidadão santanense pela Câmara de Vereadores.
Adair de Freitas contou que recebeu o convite do Estado com muita surpresa, uma vez que não lida diretamente com o tradicionalismo, identificando-se como um cantor regionalista.
“Já fui gaiteiro de invernada artística, frequentador de CTG’s pelo trabalho de músico, mas nunca me envolvi diretamente com o tradicionalismo. O motivo do convite é por conta do que já fiz ao longo de 50 anos de carreira, com uma contribuição muito grande para a cultura do Rio Grande do Sul”, pontuou.
Com uma agenda cheia, Adair de Freitas disse que irá cumprir com os compromissos que lhe conferem o título de Patrono dos Festejos Farroupilhas, estando presente em todos os eventos com muita dedicação, dando ao Movimento Tradicionalista a atenção, carinho e respeito que merece o tradicionalismo do Estado.
Adair de Freitas destaca que esta é a primeira vez que um representante da Fronteira é escolhido como patrono dos festejos no estado.
A partir do convite vindo do Estado, a Comissão dos Festejos Farroupilhas de Livramento convidou o músico para ser Patrono na cidade, homenagem esta recebida com muita emoção e carinho.
“Agradeço, primeiramente a Deus por ter me dado estes anos de vida com muita saúde, e a oportunidade de aceitar os desafios que a vida nos impõem, porque a nossa vida é feita de desafios e temos que aceita-los e desempenhá-los da melhor maneira possível. Estou muito feliz e honrado com ambos convites”
Compromissos
O primeiro compromisso como patrono estadual será no mês de agosto, no dia 12, quando será realizado o acendimento da Chama Crioula, em Canguçu, local onde todos os municípios deverá ir buscar uma centelha do fogo. Após, muitos outros compromissos estão incluídos na agenda, inclusive alguns fora do Estado, em cidades que possuem Centros de Tradição Gaúcha que solicitaram a presença dos representantes gaúchos, para explanarem sobre a cultura e os costumes do gaúcho.
“O compromisso mais importante será o acendimento da Chama Crioula no Palácio Piratini, sede do Governo do Estado, no dia 14 de setembro, junto com os eventos realizados no Parque da Harmonia, durante o Acampamento Farroupilha e o desfile tradicionalista, no dia 20, além de percorrer várias cidades do Estado”, frisou.
50 anos de carreira
Este ano, Adair de Freitas completa 50 anos de carreira, frisando que é uma alegria muito grande, pois ao olhar para trás, vê muitas pessoas seguindo seus passos e tendo seu nome como referência.
“Muitos jovens que estão nos palcos dos festivais hoje em dia, muito bons poetas, músicos e intérpretes que seguem, não só o meu caminho, mas também de outros artistas que também possuem bastante tempo de estrada. É uma felicidade muito grande chegar aos 50 anos de carreira e ver a renovação. Isso é importantíssimo”, explanou.
Com 50 anos de uma carreira consolidada, Adair de Freitas contou, em conversa com a reportagem do Correio do Pampa que, ao percorrer o Estado como patrono dos Festejos Farroupilhas, pretende sugerir aos municípios e aos políticos, a inserção no currículo escolar, principalmente dos primeiros anos, uma matéria sobre o Rio Grande do Sul, o gaúcho, sua identidade e suas façanhas.
“Uma das coisas que tem sido esquecidas no Rio Grande é a vontade de fazer com que a infância e a juventude aprendam sobre nosso Estado. Os adultos já tem o pensamento formado e são difíceis de mudar seus rumos, mas as crianças, aprendendo desde pequenas nossos costumes, certamente a história e o amor pelo Rio Grande não terão fim por estes pagos. É a renovação que precisa acontecer, os CTG’s precisam abrir as portas para os jovens, mesmo que não estejam pilchados, pois certamente eles serão os mais novos componentes destes locais”, discorreu.
A obra de Adair de Freitas
A carreira do músico, cantor e compositor conta com acervo de 16 discos gravados, entre LP’s e CD’s, 2 DVD’s e cerca de 350 músicas em festivais, totalizando cerca de 500 canções gravadas.
No dia 02 e 03 de julho, Adair de Freitas será homenageado pelo Movimento Nativo Coxilha de Sant’Ana, com a realização de um festival que leva o seu nome. Na oportunidade, o músico estará lançando o 17º CD, que é uma coletânea dos festivais que participou, incluindo músicas com mais de 40 anos.
“Tenho procurado fazer músicas e letras que cantem alguma coisa, principalmente os usos e costumes do Rio Grande, que cantem também flores e amores. Canto também o social do gaúcho, entre tantas músicas que falam do gaúcho não só o homem peão, mas o patrão, o capataz que vivem na luta para manter sua empresa rural. Talvez isso tenha me mantido todos estes anos, faço músicas sérias, com mais melodia nas composições e arranjos, daí a minha permanência no Movimento Nativista, pois é o estilo de música que se ouve nos festivais”, contou.
Mensagem
“Graças a Deus tenho uma ligação muito grande com os jovens, sinto-me surpreendido e gratificado porque muitos me procuram como fãs ou como referência pela música. Como mensagem digo, principalmente aos jovens do Rio Grande do Sul, que devemos ter, acima de tudo humildade, esta é a palavra chave para qualquer coisa, pois tendo humildade vamos chegar onde queremos. Devemos tratar bem as pessoas e principalmente sermos gaúchos autênticos, de amor do Rio Grande, às nossas tradições e ter fé em Deus, porque tudo que temos devemos ao nosso Pai Maior”, finalizou.
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