Casos de abuso de crianças aumentaram durante a pandemia

O Conselho Tutelar é o órgão encarregado pela sociedade de zelar pelos direitos das crianças e adolescentes e atua mediante denúncias que são feitas através do telefone do Conselho Tutelar, do Disque 100, ou ainda, da Rede de Proteção (CREAS, CRAS, Polícia Civil, etc). “É um trabalho bem intenso que consiste na verificação de denúncias de vários tipos, como abuso, violência, abandono de incapaz, situação de risco, entre outras ações”, destacou a conselheira Débora Sinara Pires Raymundo.

Débora ressalta que muitas pessoas ainda confundem como se dá a atuação do Conselho Tutelar com relação às crianças. Questões que abarcam a mendicância, por exemplo, mesmo que envolvam crianças, devem ser apuradas pelo CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social. Outro exemplo são as situações que envolvem guarda. Estas devem ser tratadas diretamente com o Poder Judiciário, não sendo de competência do Conselho Tutelar essa atuação.

A conselheira tutelar Karen Araújo também frisou a importância da realização de denúncias por parte da comunidade. “Quando virem alguma coisa diferente na família ou no comportamento da criança, podem entrar em contato conosco, a denúncia pode ser feita de forma anônima pois essa é uma forma de contribuir com a sociedade e de defender os direitos da criança”, destacou.

As denúncias podem ser feitas diretamente na sede do Conselho Tutelar das 7h30 às 13h30min de segunda a sexta-feira; pelo telefone de plantão do Conselho 98456-8044; e também pelo Disque 100.

Pandemia

Segundo Débora, as ocorrências de violência envolvendo crianças aumentaram e muito durante a pandemia, principalmente as agressões físicas e os abusos sexuais. “A questão da pandemia aliada à falta da presença das crianças na escola agrava essa situação, já que a escola ajuda muito a identificar esses casos, pois as crianças têm confiança nos professores e muitas vezes revelam o que estão passando. O aumento do tempo das crianças em casa acreditamos que contribui com o crescimento dos casos de agressão e dos abusos sexuais”, enfatizou Débora.

Já em relação ao trabalho dos conselheiros tutelares, Débora ressaltou que o Conselho Tutelar nunca parou, atuando 24 horas por dia. “Reduzimos o trabalho na sede do Conselho para evitar aglomerações, pois temos que ter cuidado já que não recebemos a vacina. Mesmo assim, nos mantivemos na linha de frente trabalhando em prol dos direitos das crianças e adolescentes”, enfatizou.

Karen Araujo informou que até o momento, as conselheiras tutelares não foram vacinadas. “Ainda não temos nada concreto em relação a isso, mas é algo necessário já que estamos diariamente em contato com os usuários que procuram nosso atendimento ou quando acionam o plantão através de uma denúncia”, frisou.