Bacia leiteira do Município contabiliza prejuízo de 50% na produção

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A estiagem cada vez mais vem castigando a produção em vários segmentos, tanto as lavouras como o trabalho com o gado vêm sofrendo os impactos da falta de chuvas que assola o Estado desde o início do ano.

Um dos setores que vem enfrentando sérios problemas decorrentes da estiagem é a bacia leiteira, a qual já apresenta um prejuízo de 50% na produção, deixando os produtores de leite preocupados.

De acordo com Rosi de Lima Costa, coordenadora e tesoureira da Coperforte, os impactos são muito grandes, porque tudo depende da chuva, e os produtores de leite ainda mais, porque dependem das pastagens e do milho para produzir a silagem e as sementes para as vacas.

“Quando iniciou a estiagem já tínhamos sentido redução de 31% na produção de leite no Município. Isso, mais para frente, vai impactar ainda mais, porque a vaca não vai conseguir entrar no cio, parando com a produção e atingindo financeiramente o produtor, a cooperativa e a economia do Município, porque o leite faz parte da economia local e extremamente importante para a agricultura familiar”, frisou.

Coperforte

A Coperforte é uma cooperativa do Movimento Sem Terra, criada no ano de 2002, atuando diretamente com o produtor, movimentando a economia local.

Atualmente conta com 300 produtores de leite que trabalham diretamente com a cooperativa. No auge da produção leiteira, em outros anos nesta mesma época, eram produzidas duas carretas de leite em intervalos de 48h, sendo que hoje é produzida apenas uma carreta, diminuindo a produção em 50%.

“Hoje a Coperforte aumentou a quantidade de produção porque aumentou o número de produtores com a vinda de alguns de outros Municípios, mas dentro de Livramento sentimos drasticamente a redução”, pontuou.

Auxílio aos produtores

Rosi de Lima explicou que a cooperativa vem buscando desenvolver algumas ações para melhorar o trabalho do produtor e para mantê-lo na atividade.

“Muito pouco conseguimos fazer silagem e a pastagem de verão morreu por conta da seca. Teve uma parte de produtores que registraram chuvas, principalmente nas regiões para o lado do Uruguai, porém para o lado de Rosário não houve nenhuma chuva, então prejudicou muito”, citou.

A Coperforte vem discutindo dentro do conselho algumas ações, como a produção de silagem no inverno, além de outras medidas emergenciais que ajudem a reduzir as perdas.

“Sorte dos produtores que contam com a cooperativa para auxiliar na busca por linhas de apoio e incentivo à produção. São muitas alternativas que estamos discutindo até chegarmos ao núcleo de produtores, para tentar nos manter pelo menos”, discorreu.

A coordenadora e tesoureira da cooperativa destacou que não se pode desistir da produção, pois o leite gera uma renda mensal significativa, fazendo o diferencial na agricultura familiar, diversificando a produção.

O futuro da produção

“Tudo tem um lado positivo e um lado negativo. O lado negativo é que estamos todos sofrendo com isso, o lado positivo é que vamos ter uma melhora no preço do leite. Porém, ficamos analisando o preço da soja e do milho que estão aumentando e analisando o valor que será comercializada a ração. Os insumos para produzir estão com preços altos. Acho que o produtor vai ter que discutir dentro da cooperativa, meios de diminuir custos de produção. Usar insumos orgânicos, produzir a base de pasto, fazer uma silagem mais econômica e não ficar dependente da ração. Apesar de tudo isso, ainda vejo uma melhora no preço do leite, esperamos que o Governo faça uma campanha que incentive o consumo”, explanou.

Rosi de Lima destaca que o trabalho do produtor de leite é bastante árduo, sendo uma atividade que demanda de muita dedicação, pois diariamente, nas primeiras horas da manhã, já está sendo realizado o trabalho, independente se faça chuva ou faça sol.

O caminho da produção

A Coperforte realiza a coleta do leite dentro de vários Municípios, atuando em Livramento, Rosário do Sul, São Gabriel, Santa Margarida, Manoel Viana, Alegrete, Quaraí, Hulha Negra, Candiota, Herval, Pedro Osório e Arroio Grande.

O leite recolhido em Livramento e nas cidades da região é levado para o posto de resfriamento que antigamente pertencia à Cosulati e hoje está sob a gestão da cooperativa. No local são feitos todos os procedimentos exigidos pelas autoridades sanitárias e em seguida, distribuído para todo o Estado.

“A Coperforte negocia com várias empresas dentro do Estado, sendo enviado leite para Pelotas, Estrela, Tenente Portela, entre outros. Temos também uma cooperativa central que faz a parte burocrática, na busca por chamadas públicas, as quais são muito importantes para a cooperativa e para o produtor, principalmente por sermos da agricultura familiar”, explicou.

A Coperforte, através de chamada pública, atua na fabricação de leite em pó, enviando produto para Pelotas, além de vender para o Rio de Janeiro e São Paulo, para onde são enviadas mais de 275 toneladas.

“Estamos sempre nos adequando à exigência do mercado e onde encontramos mais valor”, finalizou.

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