Associação Comercial e Industrial de Livramento completa 131 anos

O mês de março foi marcado pelos 131 anos da Associação Comercial e Industrial de Livramento (ACIL). Assim como no ano passado, em vez de festa, a proposta da ACIL para este mês foi dar continuidade ao trabalho representativo-institucional – assim como em outros eixos e temas – iniciado em abril de 2019 e que segue em curso, como estímulo ao turismo, integração entre os poderes constituídos de Livramento e Rivera e entidades empresariais; e investimentos no Edifício Palácio do Comércio.

Fundação

A história da ACIL começa em 1891, quando proeminentes lideranças comerciais de Sant’Ana do Livramento, buscando extinguir a chamada “Zona Fiscal”, a qual feria os direitos e liberdades comerciais na fronteira, decidiram formar um Centro Comercial. Isso ocorreu em 08 de março, no interior da Intendência Municipal (futura Prefeitura). A diretoria provisória foi constituída da seguinte forma: Vivaldino Maciel (presidente); Agustin Pastor (Vice), Manoel Francisco Perez (1º Secretário); Casimiro Maria de Magalhães (2º Secretário); Pedro Cruxen (Tesoureiro), sendo vogais Eloy San Juan, Adriano Pillar, Lorenço Ferrando e Guilherme Dias. Em 05 de abril, em reunião extraordinária, foi tratada a instalação definitiva do Centro Comercial, e eleita a primeira Diretoria, composta por Vivaldino Maciel, presidente; Guilherme Dias, Vice; Manoel Francisco Perez, 1º Secretário; Alfredo Leal, 2º Secretário; Pedro Cruxen, Tesoureiro e Pedro Ramos, Procurador.

Na mesma época, em 08 de janeiro de 1896, surgia o Clube Comercial, com praticamente a mesma diretoria do Centro Comercial. Albino Costa, jornalista radicado no Rio de Janeiro, era um ferrenho defensor de Livramento e Pedro Cruxen, em relatório de final de sua gestão em 1898, deixa claro que todas as ações em prol do comércio haviam sido efetivadas pelo Clube e não pelo Centro, embora os diretores as duas entidades fossem os mesmos protagonistas do comércio.
Após instalação da alfândega, entre outras conquistas, em 1900 e anos seguintes, a Associação Comercial do Rio de Janeiro, e 1911, movimentou-se para formar uma Federação. Havia ainda, no Brasil, alguns centros comerciais, praças de comércio, entre outros, porém, o associativismo chegava com força. Em 1921 e depois em 1927 ocorreram novas tentativas de estabelecer federações, inclusive por parte da Associação Comercial de Bagé. Surgia a denominação de Associação Comercial de Livramento.

Palácio do Comércio

Já como Associação, a entidade funcionava em uma sala do Clube Comercial e aspirava sua sede própria há décadas. À época o patrimônio se resumia a alguns móveis e uma velha máquina de escrever. No ano de 1943, tomou posse como presidente um jovem de 27 anos chamado Dilney Vares Albornoz, surpreendendo o comércio e a comunidade ao afirmar que sua meta era construir um edifício sede. O primeiro passo foi pedir ao prefeito nomeado Crisanto de Paula Dias a doação de um terreno do Município.
Este assentiu à ideia, mas quando tratava do assunto, foi substituído pelo Dr. Rivarol Padilha, que a partir de setembro de 1944, honrando a palavra de seu antecessor, determinou que a Associação oficiasse a Prefeitura pedindo a área e se comprometendo em edificar um prédio no valor mínimo de Cr$ 2.000.000,00 (dois milhões de cruzeiros) iniciando a obra em um prazo de 18 meses a partir da escritura. Em 1947, o então prefeito Menna Barreto Mattos entregou a escritura da doação do terreno localizado na esquina entre as avenidas Rio Branco (hoje Andradas) e Tamandaré. O presidente da ACIL era Vares Albornoz, que vinha sendo reeleito desde 1943. O projeto do edifício foi elaborado pelo arquiteto Erwin Brandt. Em abril de 1951, na presidência de João Carlos Brenner foi contratada a empresa Azevedo Moura & Gertum S.A. para construir o Edifício Palácio do Comércio. A Diretoria decidiu que todos os assuntos da obra ficariam a cargo do Vice-Presidente Dilney Vares Albornoz. O edifício foi inaugurado em 30 de janeiro de 1954.

Atualidade

Após dois anos de limitação das atividades em função da pandemia de Covid-19, a ACIL mantém sua força representativa e institucional, com a incessante busca por cumprir com os objetivos possíveis de serem alcançados no período.

A entidade está focada em melhorias estruturais de sua sede, já tendo concluído a reforma do auditório, limpeza externa, modernização do sistema elétrico e hídrico, investimento em equipamento de videoconferência, busca de novos convênios para os associados e manutenção dos existentes e, mais recentemente, na substituição das aberturas e vidros e troca do elevador (esta deverá ocorrer até o fim deste semestre).

Ensaiando a retomada dos eventos e atividades presenciais, a ACIL promoveu em dezembro do ano passado, em parceria com a CDL e apoio do Sicredi e Unicred, o evento “Natal da Alegria na Fronteira da Paz”, brindando a comunidade fronteiriça com apresentações artísticas tanto no centro quanto nos bairros. Da mesma forma, houve a retomada de seminários e palestras como o projeto “Diálogos por Sant’Ana”, envolvendo autoridades do Município em torno de propostas e projetos de melhorias para a cidade em curto, médio e longo prazo.  Nesse ínterim, a ACIL também firmou parceria com o Poder Executivo, lançando o projeto “Cidade Limpa”.

“Apesar das adversidades, enfrentadas por todos nós nesses dois anos, temos trabalhado permanentemente na defesa dos interesses do empresariado e pelo desenvolvimento econômico de Sant’Ana do Livramento”, disse o presidente da ACIL, Roberto Fervenza.

Nos projetos que a ACIL pretende efetivar a médio e longo prazo, estão a continuidade das melhorias no Edifício Palácio do Comércio; a oferta de condições de capacitação e outras vantagens e benefícios a todos os associados e seus colaboradores; ação de valorização dos talentos santanenses espalhados pelo mundo, além de transformar Livramento em um polo de desenvolvimento regional, conjuntamente com Rivera.