Árbitro santanense é indicado para o quadro da CBF

O santanense Francisco Soares Dias comemorou, recentemente sua indicação ao quadro de árbitros da Confederação Brasileira de Futebol. O profissional, que iniciou sua atuação na área em 2012, pretende evoluir ainda mais na carreira. Confira entrevista realizada pela reportagem com o santanense:

CPAMPA: Qual a tua história como árbitro? Como tudo começou?

Francisco: Em 2012, fiz o curso pela Federação Gaúcha de Futebol. Na verdade, entrei porque queria aumentar a minha renda e via como uma boa oportunidade; quando vi o anúncio na Zero Hora, já que sempre gostei de esporte e minha origem é o futebol, resolvi fazer o curso. Depois que conheci a arbitragem de perto, acabou virando uma paixão. Claro que não perdi a visão de que seria uma boa oportunidade de ganhar uma grana extra, mas comecei a visar também uma ascensão profissional. Comecei trabalhando na Delegacia de Arbitragem de Bagé no ano de 2013, apitando jogos de categoria de base e de divisões de acesso e 3a divisão. Com o tempo, fui ganhando experiência e maturidade e em 2018 fui chamado para uma avalição na Delegacia de Porto Alegre, que é a delegacia que possibilita ao árbitro poder participar dos jogos de 1° divisão e ascender à CBF. Depois de três temporadas atuando como árbitro Letra B da Delegacia da capital, fui promovido em 2021 a árbitro Letra A, o que me credenciou a apitar jogos do Gauchão, e também tive a grata surpresa de ser indicado à CBF.

CPAMPA: Como é feita a formação de um árbitro profissional?

Francisco: O curso tem uma duração de 6 meses, onde são trabalhadas as 17 regras do jogo, seus conceitos e as técnicas de arbitragem em aulas teóricas e práticas, sendo que as aulas acontecem todos os sábados na sede da federação em POA e ao final do curso o aluno passa por uma avaliação física e teórica de caráter eliminatório.

CPAMPA: Quantos jogos você já apitou? Participou de jogos/campeonatos em outras cidades?

Francisco: Em média, são 10 a 15 jogos por ano, todos por competições oficiais da Federação, mas além desses, trabalho nos campeonatos amadores, que ocorrem tanto em Livramento quanto em outras cidades.

CPAMPA: Agora que você foi indicado para o quadro da CBF, quais são os próximos passos? Sempre foi um sonho?

Francisco: Preciso fazer as provas físicas e teóricas para ser efetivado no quadro da Confederação Brasileira de Futebol. Essas provas tinham sido marcadas para o dia 1° de abril deste ano, mas devido à bandeira preta em Porto Alegre e o fechamento das pistas de atletismo para a prova física, não foi possível a realização. Estamos aguardando que a CBF marque uma nova data.

Me sinto muito lisonjeado em receber essa oportunidade, sempre foi um sonho desde que entrei na arbitragem e confesso que no início achava impossível por morar em uma cidade distante dos grandes centros. Graças a Deus fui evoluindo e com o passar dos anos as oportunidades foram aparecendo e eu agarrei elas com unhas e dentes. Quando recebi a notícia, passou um filme na minha cabeça, pois foram muitas dificuldades ao longo do caminho, muitas viagens, madrugadas na estrada, muito treinamento e estudo.

CPAMPA: Deseja seguir carreira nessa área e até apitar um jogo de Copa do Mundo?

Francisco: Infelizmente a profissão de árbitro de futebol não existe em nosso país, diferentemente de muitos outros, somos apenas prestadores de serviço. Mas mesmo assim devemos seguir e encarar a atividade como profissionais e quero muito poder crescer mais na carreira, sempre com um passo de cada vez, pois tenho que respeitar o momento de outros colegas que vêm na minha frente e devo estar pronto para sempre que aparecer uma oportunidade. Em relação à Copa do Mundo, é um caminho muito distante, claro que não impossível, mas prefiro pensar como venho pensando desde o começo, um passo de cada vez.