A readaptação dos estudantes no retorno às aulas e como as escolas estão auxiliando neste processo

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Após o Governo do Estado publicar o decreto tornando obrigatório o retorno às aulas presenciais nas escolas do Estado, muitos estudantes precisaram se readaptar e novamente, se acostumar com a rotina de ida à escola, a qual estava suspensa devido à pandemia de Covid-19.

Por conta do longo período em casa, com atividades remotas, aliado à situação pandêmica e ao retorno obrigatório às atividades, muitas crianças e adolescentes passaram a apresentar ansiedade, crises de estresse e até mesmo, sinais de depressão, exigindo uma atenção maior por parte dos profissionais de educação, pais e profissionais da área.

Além da adaptação estrutural, as escolas precisaram se estruturar também para receber os estudantes e atendê-los de acordo com as suas necessidades.

A fim de conhecer sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido nos educandários para readaptar os estudantes à nova rotina presencial, a reportagem conversou com as diretoras Silvia Tatiana Pinto, da Escola de Ensino Fundamental Celina Vares Albornoz e Ellen Janaina Trias Cezarino, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Nepomuceno Vieira Brum.

 

Silvia Tatiana Pinto

Diretora da Escola Celina Vares Albornoz

Silvia Tatiana contou que a escola trabalha em tempo integral, então os alunos do turno, da manhã e da tarde são os mesmos, eles entram as 8hs da manhã e saem às 17 h.

Segundo ela, a escola recebeu um número significativo de alunos no retorno às aulas presenciais, talvez porque os pais estavam necessitando mandar seus filhos para a escola, porque precisavam trabalhar. Ela explicou que observaram os alunos durante a readaptação, já que os mesmos ficaram quase dois anos sem frequentar a forma presencial, permanecendo muito tempo em casa. Alguns estudantes, por ficarem muitas horas na escola, apresentaram dificuldades, outros, se readaptaram muito bem à modalidade presencial.

“Tivemos 2% de alunos que estavam com dificuldades de se adaptar, por isso conversamos com os alunos, juntamente com a coordenação pedagógica e chamamos os pais na escola, para ver o que estava acontecendo e alguns estavam praticamente sozinhos em casa, porque os pais precisavam trabalhar” explicou.

A diretora contou  que a escola realizou um trabalho pedagógico, que ajudou muito, pois o grupo que ficou maior tempo em casa, sem o convívio com o social, quando retornou a obrigatoriedade, apresentou problemas, porque as crianças não estavam adaptadas a uma rotina, por conta disso, foi efetuado todo um processo e um trabalho com a equipe da direção e da coordenação pedagógica da escola.

Além disto, alguns pais estavam muito inseguros e com medo de levar seus filhos para a escola, devido ao covid-19 e quando veio a obrigatoriedade, eles  ficaram mais resistentes a isto, por isso a escola realizou um trabalho de conquista desses pais e aos poucos eles estão se tornando mais confiantes em liberar as crianças.

Ellen Janaina Trias Cezzarino

Diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Nepomuceno Vieira Brum

Ellen Janaina contou que o retorno as aulas aconteceu de forma tranquila, tanto nos anos iniciais (1° ao 5°) como nos anos finais (6° ao 9°), sendo que até setembro 60% dos alunos compareceram e, a partir da segunda metade de setembro apenas 10% ainda estavam com aula remota. Conforme contou, já era costume da escola, higienizar as mãos com álcool em gel, desde 2009, em função da influenza, aumentando o controle com a aferição da temperatura na entrada.

“No caso da nossa escola as aulas remotas eram através de material impresso, os alunos vinham na escola retirar as atividades e depois tinha que devolver para os professores corrigirem”, explicou.

Segundo Ellen Trias, houve 3 casos de alunos que achavam que estavam passando mal pelo uso da máscara, mas aconteceu somente com os alunos que retornaram agora em novembro, com a obrigatoriedade do retorno às aulas presenciais.

“Com esses alunos conversamos, pedimos que se sentassem ao ar livre, retirassem a máscara por algum instante, bebessem água. Outra questão em relação a adaptação foi que alguns confundiam os dias de vir, além de demorarem para entrar no ritmo de estudo”, relatou.

A diretora disse que após a obrigatoriedade, somente 2 alunos não retornaram para as aulas presenciais, já que 1 possui atestado médico (segue com as aulas remotas) e o outro foi encaminhado para o Conselho Tutelar, pois não obtiveram sucesso no seu retorno.

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