A história da Revolução Farroupilha

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O dia 20 de Setembro é a data mais importante para os gaúchos e para o Rio Grande do Sul, foi quando aconteceu a Revolução Farroupilha, ou Guerra dos Farrapos, como ficou conhecida, travada contra o governo imperial do Brasil, na então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, e que resultou na declaração de independência da província como estado republicano. A batalha se estendeu de 20 de setembro de 1835 a 1 de maio de 1845, com duração de 10 anos.

Causas da revolução

A justificativa original para a revolta baseia-se no conflito político entre os liberais, que propugnavam o modelo de estado com maior autonomia às províncias, e o modelo imposto pela constituição de 1824, de caráter unitário.

O movimento também encontrou forças na posição secundária, tanto econômica como política, que a Província de São Pedro do Rio Grande ocupava no Brasil, nos anos que se sucederam à Independência. Diferentemente de outras províncias, cuja produção de gêneros primários se voltava para o mercado externo, como o açúcar e o café, a do Rio Grande do Sul produzia principalmente para o mercado interno.

Seus principais produtos eram o charque e o couro, altamente tributados. As charqueadas produziam para a alimentação dos escravos africanos, indo em grande quantidade para abastecer a atividade mineradora nas Minas Gerais, para as plantações de cana-de-açúcar e para a região sudeste, onde se iniciava a cafeicultura. A região, desse modo, encontrava-se muito dependente do mercado brasileiro de charque, que com o câmbio supervalorizado, e benefícios tarifários, podia importar o produto por custo mais baixo. Além disso, instalava-se nas Províncias Unidas do Rio da Prata uma forte indústria saladeiril, e que, junto com os saladeros do Uruguai, competiria pela compra de gado da região, pondo em risco a viabilidade econômica das charqueadas sul-rio-grandenses. Consequentemente, o charque rio-grandense tinha preço maior do que o similar oriundo da Argentina e do Uruguai, uma queixa que era feita pelos rio-grandenses desde pelo menos 1804. A tributação da concorrência externa era uma exigência dos estancieiros e charqueadores. Porém essa tributação não era do interesse dos principais compradores brasileiros, pois veriam reduzida sua lucratividade em razão do maior dispêndio na manutenção dos escravos.

Da guerra à Paz em Poncho Verde

A Revolução Farroupilha foi marcada por vários acontecimento e batalhas envolvendo os farroupilhas, comandados por Bento Gonçalves, e os imperiais por várias cidades do Rio Grande do Sul, na época, Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Estes fatos culminaram com a proclamação da República Rio-Grandense, no dia 11 de setembro de 1836, comemorada por todos e quando, pela primeira vez, foi apresentada a bandeira verde, vermelha e amarela, confeccionada às pressas na cidade de Bagé e apresentada à tropa pelo tenente Teixeira Nunes.

Após a proclamação da República, a guerra teve vários cursos, marcados por batalhas e outros desenrolar até o dia 1 de março de 1845, quando foi assinado o Tratado de Poncho Verde, colocando fim à revolução que durou quase 10 anos, causando cerca de 47.829 mortes. Com a assinatura do tratado, o território voltou a fazer parte do Império do Brasil, de Dom Pedro II. Poncho Verde ou Ponche Verde, como é conhecida, é o lugar onde hoje, está localizada a cidade de Dom Pedrito.

 

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