Mototaxista relata situação enfrentada durante a pandemia

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No dia 24 de setembro é comemorado o Dia Nacional do Mototaxista, e a reportagem do jornal Correio do Pampa conversou com o mototaxista santanense Nelson Alves.

Há 14 anos trabalhando na área, Nelson contou que neste ano, devido à pandemia, o movimento caiu cerca de 70%, mas que os profissionais já vêm sofrendo com diversas dificuldades ao longo dos anos. “A gente se aperfeiçoou, fez cursos, não teve renovação de cursos, existe muita moto sucateada, existe moto uruguaia trabalhando, não tem uma fiscalização para isso, fora isso muitos donos de ponto colocaram um preço absurdo nas diárias que pagamos, enfrentamos uma concorrência desleal. É injusto nós pagarmos para termos todos os nossos direitos, outra pessoa não pagar nada e usufruir e ter benefícios da mesma maneira que nós”, afirmou.

Com relação à pandemia, ele conta que ao retomar o trabalho os profissionais mais antigos, que já contam com uma clientela, não sentiram tanto a diferença no movimento quanto os outros, mas ainda assim houve uma queda.

Porém, a situação enfrentada pela classe foi difícil, foram 90 dias completamente parados por decreto da prefeitura. “Só que não tivemos ajuda nenhuma, fomos proibidos de trabalhar, mas ninguém se preocupou se o mototaxista tinha casa ou família. Imagina 90 dias em que tu perde completamente teu ganho? E a maioria dos mototaxistas não recebeu auxílio emergencial, foram 90 dias sem nenhum ganho”, relatou Nelson.

Após os 90 dias completamente parados, os mototaxistas foram autorizados a trabalhar, mas em 20 dias veio novamente a proibição e foram mais 40 dias parados, na mesma situação.

Quanto ao dia a dia do mototaxista, o profissional que trabalha 12h por dia conta que o trabalho é complicado: “é trânsito, acidentes, ruas precárias”. Para conseguir ganhar um valor perto do que tinha antes da pandemia, Nelson disse que está sendo necessário aumentar a carga horária de trabalho.

“Os mototaxistas são um pessoal com muita garra, que vêm enfrentando tudo quanto é problema, preconceito, e gostaríamos que a classe fosse um pouco mais valorizada, que fosse dado um suporte melhor, fosse pintada a faixa para o mototaxista, uma boa fiscalização e nossos cursos fossem atualizados”, ressaltou.

Questionado a respeito da possibilidade de trabalho como motoboy enquanto os mototaxistas estavam proibidos, ele explicou que quase todas as empresas já têm um motoboy, então apesar de ter sido liberado não existiu mercado para a quantidade de mototaxistas sem trabalho.

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