Thomaz Albornoz Neves lança “À espera de um igual”
Thomaz Albornoz Neves reúne 33 anos de poesia em “À espera de um igual” (1985-2018). O livro inaugura a TAN ed., chancela local criada pelo autor santanense para publicar livros de arte em edições numeradas e com baixa tiragem. Sobre o livro, lançado há apenas um mês, já foi escrito:
“À Espera de Um Igual” é um belo livro, contém a essência de uma vida. Percebe-se o esmerado fazer poético, os versos trabalhados com rigor. O livro todo tem qualidade, e há um diferencial, que se chama “No Capuz do Olhar”. Ricardo Almeida, poeta.
“Thomaz Albornoz Neves escreve alta poesia, sintetizada agora neste lançamento cuidadoso-quase-carinhoso, onde percorre desde sua paisagem fronteiriça e marítima, até rincões em bairros onde viveu, da Glória carioca a algum subúrbio siciliano.” Raul Ellwanger, músico.
“Thomaz Albornoz Neves é um poeta que nos surge em plena força, revelando um conjunto de obra quase inédito que impressiona, desafia, deleita e emociona.” Paulo Franchetti, poeta e crítico literário.
Confira entrevista que o santanense concedeu ao Correio do Pampa:
CPAMPA: Qual o sentimento ao lançar o primeiro livro na sua própria editora?
Thomaz: De autonomia. Poder dominar todas as etapas da criação, escolher a letra, o papel, a diagramação, o desenho gráfico fazem perceber o quanto a leitura depende do objeto: livro que o leitor manuseia, cheira, folheia. E não ter que lidar com editores, claro.CPAMPA: Na sua opinião, é difícil publicar livros no Brasil?
Thomaz: O difícil é distribuir e vender e ser lido. Publicar é fácil. Basta pagar a gráfica.
CPAMPA: Quais são suas referências ao escrever poemas?
Thomaz: Eu não sou um escritor profissional. Não escrevo o tempo inteiro. Não penso em escrever o tempo inteiro. Do que se vive surge o que se escreve. Agora, sou leitor. Isso sim. Leio o tempo inteiro. Então é uma mistura das experiências com as leituras.
CPAMPA: Quais critérios utilizou para compilar os poemas que fariam parte desse volume?
Thomaz: Este livro reúne tudo o que escrevi em versos. São seis livros. “Renée” e “O Sono” são poemas de amor, “Sol sem imagem” poemas muito acabados formalmente, “Exílio” não são mais poemas propriamente ditos, mas fragmentos poéticos, da queda, do fracasso e da crise existencial, “Versos para poemas não escritos”, nem fragmentos são, mas versos soltos que fazem um longuíssimo poema de amor e felicidade e “No capuz do olhar”, que são poemas prosaicos autobiográficos onde escrevo sobre crescer, viajar, tentar, fracassar e escrever.
CPAMPA: Como “À Espera de Um Igual” pode ser adquirido?
Thomaz: Aqui em Sant’Ana está na Ponto do Livro, em Rivera no “El estudiante” e na Stilo. Ou no contato por WhatsApp: (55) 98458-8498.
Dois poemas de Renée (1985)
Além do que a vista alcança
as dunas giram ao vento
a mesma enseada sem fim
Nada muda, nem se repete
O sal brilha na bruma
a cada volta do farol
E da varanda parece
que tudo parte nascendo
A maré vaza, avança
inunda a ilha onde há um lago
—
Um poema sobre o destino
que desperte o futuro na memória
Meditado sem palavras longo tempo
Um poema não escrito
A poesia basta, emana em si mesma
A poesia é uma luz sem pensamento
Um poema em silêncio
para migrar juntos por céus opostos
Que vá ao teu encalço com pressentimentos
e acenda o vale em vislumbres
antes que o vale surja no horizonte
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