Renan diz que “com certeza” relatório da CPI vai pedir indiciamento de Bolsonaro

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O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou nesta terça-feira (5) que o relatório final “com certeza” vai pedir o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por irregularidades no combate à pandemia.

“Com certeza será [indiciado]”, garante Renan. “Nós não vamos falar grosso na investigação e miar no relatório. Ele com certeza será, sim, pelo o que praticou”, disse o relator na chegada ao Senado nesta terça-feira (5).

O relatório deve indiciar pessoas. “Tem muita gente investigada e tem muita gente também que constará no relatório sem que tenha sido elevada à condição de investigado. Caso típico para citar um exemplo é o do presidente da República, pelas digitais, participação, omissão, pela forma como deixou de comprar na hora certa as vacinas. Pelo crime que significou ele não responder às ofertas da Pfizer, do Butantan, da OMS, que dariam naquela oportunidade quase 170 milhões de doses de vacina”, disse Calheiros em entrevista à GloboNews na segunda (4).

A previsão é que o texto seja apresentado na semana que vem. O relatório também trará o estabelecimento de diretos para que os familiares de vítimas da Covid-19 sejam ressarcidos pelo Estado, que deverá se responsabilizar “diretamente pela maneira como tratou os seus cidadãos”. De acordo com o parlamentar, a comissão já está mobilizando a Defensoria Pública da União e dos estados para elas começarem a ajuizar as ações.

Calheiros confirmou a informação divulgada pelo jornal O Globo de que mensagens enviadas por Bolsonaro em sua lista de transmissão do WhatsApp serão anexadas ao relatório. Segundo o jornal, Bolsonaro escreveu “jovens morrendo com a Pfizer” no mesmo dia em que o Ministério da Saúde voltou a recomendar a vacinação de adolescentes em território nacional.

O jornal apontou que a mensagem foi enviada para os contatos do chefe do Executivo e fazia referência a um vídeo no qual uma comentarista de televisão falava da morte de adolescentes após a vacinação. No entanto, os jovens não haviam sequer sido vacinados contra a Covid-19. “São mensagens criminosas. Que estimulam as pessoas a não cumprirem as leis. Eles fazem isso e ainda alegam que fazem em defesa da liberdade de opinião. Isso não é liberdade de opinião nenhuma, porque o custo disso vem em vidas”, disse Calheiros.

 

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