Percepções

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Demissão de Juremir Machado

O jornalista Juremir Machado anunciou em seu twitter, que foi demitido do Correio do Povo, publicação que desde 2007 pertence ao Grupo Record, ligada à Igreja Universal do Reino de Deus, de bispo Edir Macedo. “O projeto de extrema direita bolsonarista não quer saber de pluralismo”, denunciou Juremir.

Há 15 anos a Unimed Federação RS patrocinava sua coluna. Nesse ano de renovação de contrato, falou Juremir, o Correio do Povo declinou do interesse da Unimed. “O jornalista tem patrocínio, dá lucro e é demitido. Qual é a lógica?” ironiza.

Machado acredita que, sendo 2022 um ano de eleição presidencial, a ideia do veículo é centrar esforços na campanha de reeleição de Bolsonaro. “É um grupo bolsonarista. Sempre foi e me tinham como um comunista, coisa que inclusive não sou. Já fui demitido nos anos 90 da Zero Hora por uma forte pressão da esquerda”, lembrou ao frisar que se entende como um jornalista independente.

Juremir já era uma figura marcada no grupo. Ele chegou a ter um programa em horário nobre na Rádio Guaíba, também da Record. Em 2020, dez minutos antes de entrar no ar uma entrevista com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, recém libertado dos cárceres da Lava Jato por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), “mandaram derrubar”. Na ocasião, lembra Machado, chegou a temer “que todo mundo fosse defenestrado”. Se não foi demitido imediatamente, meses após, em 28 de agosto 2020, Machado foi afastado da rádio Guaíba, mas permaneceu no Correio do Povo.

Ver um jornalista Santanense ser atingido por sua forma de pensar, empobrece os meios de comunicação. Mas ninguém pode tirar sua capacidade de produzir textos densos, com muito conteúdo. Juremir é um intelectual de primeira grandeza. Tenho muito orgulho em estar ao seu lado na Academia Santanense de Letras. O caminho natural é o ter o seu próprio podcast, para onde estão convergindo jornalistas que tem muito a dizer e a contribuir.

*Avanço de tropas e reação internacional

Na terça-feira, 1º, quando vimos uma coluna de tanques russos, de 27 kms em fila, avançando em direção a Kiev, pensamos que seria um massacre e que, inevitavelmente Putin tomaria a capital da Ucrânia, destituiria Zelensky, assumiria o poder e colocaria um preposto seu para comandar os ucranianos. Mas não foi o que aconteceu nesta guerra de narrativas.

O apoio mais decisivo, contudo, veio do presidente Joe Biden, dos Estados Unidos, que aproveitou 12 minutos do seu discurso para falar de seu governo no Congresso, no tradicional “O Estado da União”, que durou pouco mais de uma hora, para mostrar que os EUA e os 30 países que compõem a Otan não permitirão que o ditador russo avance. Mostrou os danos para Putin serão enormes. Mostrou que Putin levará a Rússia à ruína, pois o rublo já havia caído à metade de seu valor e que o ditador terá uma derrota exemplar.

*Amplamente derrotado

Mesmo vencendo militarmente, já que ele tem um exército muito maior, tanto em número de homens, como de equipamentos bélicos, à nível de ter se tornado a maior covardia da história recente da humanidade, Putin já está amplamente derrotado. A população ucraniana está resistindo bravamente e não está permitindo que os russos concretizem a ocupação. Kiev resiste bravamente. E os europeus e americanos a cada dia mandam mais armas para a Ucrânia impedir o sucesso militar russo. Até a Alemanha, que nunca mais mandou suas armas para o exterior desde a Segunda Grande Guerra Mundial, está enviando armas para os ucranianos se defenderem de Putin e sua trupe. Isso acontece com quase todos os países de bom senso, como Inglaterra, Canadá e Espanha.

*Corte de Haia

Os poucos países que não apoiam abertamente a Ucrânia, para variar, são os que adotam posturas ditatoriais, como é o caso da Nicarágua de Ortega e a Venezuela de Maduro. O megalomaníaco russo está destruindo a Ucrânia e a milenar Kiev, mas não conseguirá vencer esta guerra, que já está perdida para ele. E fica aqui uma pergunta final: Putin vai destruir a Ucrânia e a economia russa, mas não será responsabilizado por isso na Corte Internacional de Haia como criminoso de guerra?

 

 

 

 

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