O gado no Rio Grande do Sul, dizem os historiadores que, anos antes (1512) da viagem quem foi trucidado pelos índios charruas, viera Solis ao Rio da Prata em viagem secreta e nessa, sobre a costa de Maldonado, perdera alguns navios, salvando-se nessa ocasião uns poucos cavalos inteiros e éguas, que internaram-se nas fartas pastagens e foram procriando; datará daí, pois, o aparecimento destes animais nos campos do Uruguai e do Rio Grande. Quando Fernão de Magalhães chegou ao estuário do Prata, foi por ele acima, parando na ilha de São Gabriel e daí mandou sob o comando do seu capitão Juan Serrano subisse a nau “Santiago” em busca do canal; o explorador remontando, achou a foz do Uruguai, pelo qual entrou e seguiu até regular distância, regressando com a notícia do novo rio; foi, pois, Serrano, o descobridor do grande rio histórico. O governador (adelantado) Pedro de Mendoza (1524) desembarcou no Prata trazendo uma expedição preparada com caráter colonizador; além de colonos, ferramentas, trouxe 100 cavalos e éguas. Durante o governo de Domingo de Irala (1544-56), os irmãos Goes, portugueses de nação, introduziram em Assunção oito vacas e um touro; esta foi, parece, a origem de todo o gado vacum no Paraguai. Logo que os jesuítas sentiram-se seguros contra os índios de Guaíra, foram conduzidos para essas paragens e utilizados para essa paragens e utilizados os plantéis desses animais. No relato de outros historiadores foi o governador Hernandarias de Saavedra (1600) o verdadeiro introdutor do gado nas terras das margens esquerda do rio Uruguai. Na Argentina havia prosperado de modo assombroso a procriação dos primeiros casais bovinos provenientes do Paraguai e outros, introduzidos pelos governadores Mendoza de e Garai. Hernandarias ordenou que se passasse de Buenos Aires, em jangadas, para o lado fronteiro, 100 vacuns e duas manadas de éguas. Um decênio transcorrido havia já esparsas muitas pontas de gado – vacum e cavalar – que seguiram desenvolvendo-se admiravelmente. Daí em diante foi incontestável a multiplicação dos rebanhos – chucro – que discorriam pelas amplas campanhas sulinas. Daí o termo Gado Chimarrão, que significa: Gado alçado, xucro, sem costeio. (Fonte: Simões Lopes, Terra Gaúcha)
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