História – 31/12/2020

Quem compôs o Hino Rio-Grandense?

Ao participar de eventos cívicos notei que muitas pessoas não sabiam cantar o hino Rio-Grandense. Será que esquecemos a nossa tradição histórica contida em sua letra que enaltece a luta de um povo pela liberdade? O hino faz parte da tradição cívica, por que lembramos dos feitos de nossos antepassados, que inculcam em todos o respeito pela própria história e o orgulho pelo nosso estado. Afinal, será que sabemos quem compôs o hino? Seu autor foi o maestro Joaquim José de Mendanha, um mineiro, nascido por volta de 1800. Cedo começou a dedicar-se a música, como instrumentista e cantor falsetista. Aos 23 anos de idade, na corte do Rio de Janeiro, foi integrante da banda militar e cantor da Capela Imperial. Em 1837 assumia a regência da banda do 2º Batalhão de Caçadores de Primeira Linha. Nesse mesmo ano seu Batalhão deslocou-se para a Província do Rio Grande do Sul, para integrar as forças imperiais em combate contra os farroupilhas. Em abril de 1838 o maestro Mendanha encontrava-se sediado em Rio Pardo. A vila é atacada pelos republicanos, travando-se um sangrento combate. Com a fuga dos imperiais, os farroupilhas entram vitoriosos, aprisionando os últimos soldados resistentes. Até então a República Rio-Grandense não possuía um hino oficial, e o fato de terem aprisionado a um mestre de banda levou os farroupilhas a lhe encomendarem uma música cívica. Então ele compôs o hino Rio-Grandense com a letra de autoria de Francisco Pinto da Fontoura, ainda hoje o hino oficial do Estado do Rio Grande do Sul. Em 1842, estabeleceu residência em Porto alegre, contando com o estímulo do Barão de Caxias, para se dedicar exclusivamente à música. Foi um grande incentivador da vida artística na capital rio-grandense. Fundou uma orquestra, formou um conjunto coral com as primeiras damas da sociedade, em 1855 instalou a Sociedade Musical de Porto Alegre. A 27 de junho de 1858 regeu a orquestra no concerto de inauguração do Teatro São Pedro. Em 1877 foi agraciado com a comenda imperial da Ordem da Rosa por iniciativa de seu particular admirador o Duque de Caxias. Tornou-se uma figura queridíssima na capital da Província. O cronista Aquiles Porto Alegre escreve: “Diante dos seus músicos, com sua casaca bem talhada, gravata branca e comenda ao peito, riscando no ar o compasso musical com sua batuta, o velho maestro nada mais ambicionava na vida”. Acrescenta o cronista: “Nos últimos anos de existência, subia a escada do coro agarrado ao braço de um de seus discípulos. E quando o maestro chegava ao coro, criava alma nova, parecia que havia remoçado alguns anos, era outra criatura”. Faleceu a 2 de setembro de 1885. Portanto, com esta pesquisa, ficamos conhecendo quem foi o compositor do Hino Rio-Grandense que é um importante aspecto histórico a conhecer.