História – 29/05/2021

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O trabalho do arqueólogo

Assisti no YouTube documentários sobre descobertas arqueológicas interessantes. São vestígios de antigas civilizações que surgiram pelas escavações dos arqueólogos, que no resultado minucioso das investigações irão auxiliar e complementar a história de povos e sociedades antigas. A palavra arqueologia vem do grego archaio (antigo, primitivo) e logos (estudo, conhecimento). É uma ciência que estuda diversas culturas, desde o surgimento da espécie humana até o momento presente. Como se faz isso? Ao estudar as sociedades que desapareceram, o arqueólogo procura descobrir como era o espaço habitado e o modo de vida desses grupos. Meu saudoso amigo arqueólogo e professor da Universidade de Santa Maria, Saul Milder, descobriu vestígios mais antigos da presença humana, localizados entre Uruguaiana e Itaqui, com datação comprovadas de 10.800 anos atrás. Na época, foram encontrados vestígios sobre os primeiros grupos humanos que habitaram o Rio Grande do Sul. Foi um farto material que contribuiu para as investigações dos antropólogos. Na década de 90, Saul fez escavações nas ruínas da antiga estância do general Bento Manuel Ribeiro, próximo ao Cerro do Jarau. Desenvolveu um trabalho nesse sítio arqueológico, onde realizou pesquisa e coleta de material. É o chamado trabalho de campo. Ao estudar sociedades que desapareceram, o arqueólogo procura descobrir como era o espaço habitado e o modo de vida desses grupos. Era o trabalho minucioso que fazia o meu amigo Saul Milder. Para isso, pesquisa os vestígios materiais, ou seja, quaisquer sinais concretos deixados por eles: ruínas, objetos, esqueletos, etc. Os artefatos encontrados são documentos da cultura material. Os cientistas sociais, antropólogos, historiadores, sociólogos, além do próprio arqueólogo, utilizam-se desses documentos para estudar as sociedades antigas. Muitas descobertas são de grupos de indivíduos que nunca desenvolveram nenhuma forma de escrita nem qualquer outro tipo de registro de sua história. No caso, procurei estudar sobre os Citas, civilização nômade que viveu na região da Síria, parte da Turquia e Rússia, por volta de 2000 a.C. Os arqueólogos procuraram utensílios, ossos, esqueletos de animais e humanos, fragmentos de fogueiras, armas, pinturas feitas nas paredes de grutas e cavernas, esculturas, etc. Alguns meses, um arqueólogo dinamarquês descobriu uma tumba viking com o esqueleto de um guerreiro com todas as suas armas. Aos poucos, os arqueólogos recompõem partes da história da sociedade até então desconhecida: forma de alimentação, técnicas de fabricação de cerâmica, de metalurgia, de agricultura, etc.  São informações de grande valor que a arqueologia acrescenta a história da humanidade.

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