História – 12/12/2020
Invasão frustrada
A Guerra do Paraguai nos seus aspectos políticos e militares, já foi pesquisado no Brasil e no exterior, por numerosos historiadores. Foi um conflito essencialmente político, sob a influência econômica inglesa que dominava o Brasil imperial, Argentina e o Uruguai. Afinal, os três viviam sérios problemas políticos e econômicos. O Brasil imperial, apresentava na época uma economia pastoril, falido financeiramente com um povo quase analfabeto, escravagista e um exército desorganizado. Dependente dos empréstimos ingleses que dominavam e controlavam o mercado interno e externo. Enquanto o Paraguai não tinha problemas, ela importava técnicos, criando profissionais e tecnologia própria. Quase nada importavam, fabricavam de tudo para seu consumo. Eles construíram sua própria ferrovia, a primeira da América do Sul. Tinham fundição de ferro e quase toda a população sabia ler e escrever. Seu exército era o próprio povo. Paraguai não precisava do dinheiro inglês, era autossuficiente. Isso a Inglaterra não gostou. O imperialismo inglês corria sérios riscos. Agora, como o Brasil entrou na guerra? São Borja foi um dos pretextos para o ditador Solano Lopes fazer a guerra do Paraguai. Em 1865, uma coluna com 12.000 homens invadiu o território do Rio Grande do Sul pelo Passo de São Borja; local escolhido pelos paraguaios para cruzar o rio Uruguai. Encontrando uma fraca resistência, as forças paraguaias ocuparam a vila por 10 dias. Desprevenidos, pouco mais de 650 soldados tentaram defender a Vila quando os paraguaios iniciaram a travessia do rio. Depois de quatro horas de luta os defensores receberam o auxílio do 1° Batalhão dos Voluntários da Pátria, sob comando do coronel João Manuel Menna Barreto. Esse reforço fortaleceu a resistência brasileira, porém o coronel Estigarribia demorou dois dias para dominar a Vila. Sob seu controle, o coronel paraguaio ordenou o saque. São Borja ficou deserta e sob a pilhagem. A missão era invadir o Rio Grande do Sul e o Estado Oriental do Uruguai. Essa força invasora assustou o governo imperial e empurrou o Brasil num dos maiores conflitos armados da América do Sul. Como o alvo do ditador Solano Lopez era Uruguaiana, Estigarribia não permaneceu muito tempo em São Borja, no dia 19 de junho, o exército paraguaio partiu, saqueando as estâncias e chácaras pelo caminho. O próximo destino seria Itaqui, que sofreu saques e destruição. Enquanto isso, as forças do Coronel Davi Canabarro, mal armados e com pouca munição, fustigavam com guerrilhas a retaguarda e abastecimentos das forças paraguaias. Em 5 de agosto de 1865, os paraguaios entraram em Uruguaiana e encontraram poucas famílias e a cidade foi saqueada. Porém, as forças da Tríplice Aliança cercaram Uruguaiana e, no dia 18 de setembro Estigarribia se rendeu aos exércitos aliados. Após cinco anos de batalhas sangrentas, finalmente em 1º de março de 1870 termina a Guerra do Paraguai. Foi o genocídio do povo paraguaio com um balanço tétrico de 500 mil mortes. Um preço muito alto para um país que levou muitos anos para poder recuperar-se. Apesar da vitória, o Brasil dividiu com seus aliados (Uruguai-Argentina) os custos da guerra. Uma dívida externa impagável. A Guerra do Paraguai marcou profundamente a História do Brasil. Foi uma guerra vergonhosa. A Argentina e o Uruguai devolveram ao Paraguai os despojos e bandeiras conquistadas. O Brasil não o fez, e em cada desfile militar ostenta as bandeiras paraguaias conquistadas. Foi uma guerra inglória.
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